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Para sobreviver, 12% de empresários pagariam propina

Ainda de acordo com o levantamento, 10% dos empresários brasileiros disseram estar dispostos a bancar viagens e presentes para conseguir um novo negócio

Pesquisa mostra que fatia dos empresários brasileiros aceitariam pagar propinas se isso fosse necessário para ajudar a sobrevivência da empresa
DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2012 às 17h49.

São Paulo - Para conseguir ou manter um negócio, 12% dos empresários brasileiros aceitariam pagar propinas se isso fosse necessário para ajudar a sobrevivência da empresa em um ambiente de crise econômica. É o que conclui a "Global Fraud Survey 2012", pesquisa realizada pela Ernest & Young, entre novembro de 2011 e fevereiro deste ano, que ouviu 1.750 empresários de pequeno, médio e grande porte no mundo e 50 executivos no Brasil. O

índice, de acordo com a consultoria, é o dobro do registrado em 2010 e, na comparação com outras regiões, é inferior ao registrado globalmente (15%) e na América Latina (14%), mas superior ao porcentual de 3% registrado entre empresários norte-americanos que afirmaram aceitar o pagamento de propinas para essa finalidade.

Para um número crescente de executivos brasileiros, a pressão para o cumprimento de metas de crescimento de receita está minando o compromisso com o cumprimento de políticas e leis. Para 84% dos 50 brasileiros entrevistados, a corrupção no País é generalizada no ambiente de negócios. O índice é bem superior à média global (39%) e também ao verificado na América Latina (68%). Para 20% dos executivos brasileiros ouvidos, suborno e corrupção crescem por causa da crise econômica.


A pesquisa mostra que 90% dos entrevistados no Brasil disseram que deveria haver, no País, mais supervisão por reguladores. Além disso, 96% disseram acreditar que a gerência sênior das organizações deveria receber sanções penais quando comprovado que não foi feito o suficiente para prevenir fraudes, propinas ou corrupção.

Viagens e presentes

Ainda de acordo com o levantamento, 10% dos empresários brasileiros disseram estar dispostos a bancar viagens e presentes para conseguir um novo negócio. Neste caso, as médias global e americana são maiores, com 30% e 36% dos empresários, respectivamente. Segundo a consultoria, os eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos - Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016 - representam desafios para negócios locais que procuram manter relações em um mercado competitivo.

Os entrevistados na pesquisa da Ernst & Young afirmaram que estão trabalhando para garantir que estarão preparados para registrar adequadamente todos os presentes recebidos durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016 para demonstrar uma conduta dentro das regras. "Para encorajar seus funcionários a seguir esses processos, os gestores precisam ter certeza de que todas as funções de compliance e auditoria interna estão sendo respeitados", disse José Francisco Compagno, sócio da área de investigação de fraudes da Ernst & Young Terco.

"Apesar de este ainda ser um tema de muita preocupação entre os empresários brasileiros, houve algum progresso na última década por meio de reformas do setor público", afirmou Compagno. "No entanto, as empresas precisam estar cientes de que cabe a elas criar os processos e a cultura para evitar que seus funcionários alimentem um esquema que nunca será positivo - nem para seus negócios nem para o País."

No Brasil, segundo a pesquisa da Ernest & Young, as ferramentas de compliance mais utilizadas, segundo os entrevistados, para monitorar os processos em uso pelas empresas são: auditorias internas frequentes (94%), auditorias por agentes externos frequentes (92%), canais de denúncia (72%), monitoramento especializado de softwares e de sistemas de tecnologia da informação (72%), revisões regulares por escritórios de advocacia ou consultores externos especializados (58%).

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São Paulo - Para conseguir ou manter um negócio, 12% dos empresários brasileiros aceitariam pagar propinas se isso fosse necessário para ajudar a sobrevivência da empresa em um ambiente de crise econômica. É o que conclui a "Global Fraud Survey 2012", pesquisa realizada pela Ernest & Young, entre novembro de 2011 e fevereiro deste ano, que ouviu 1.750 empresários de pequeno, médio e grande porte no mundo e 50 executivos no Brasil. O

índice, de acordo com a consultoria, é o dobro do registrado em 2010 e, na comparação com outras regiões, é inferior ao registrado globalmente (15%) e na América Latina (14%), mas superior ao porcentual de 3% registrado entre empresários norte-americanos que afirmaram aceitar o pagamento de propinas para essa finalidade.

Para um número crescente de executivos brasileiros, a pressão para o cumprimento de metas de crescimento de receita está minando o compromisso com o cumprimento de políticas e leis. Para 84% dos 50 brasileiros entrevistados, a corrupção no País é generalizada no ambiente de negócios. O índice é bem superior à média global (39%) e também ao verificado na América Latina (68%). Para 20% dos executivos brasileiros ouvidos, suborno e corrupção crescem por causa da crise econômica.


A pesquisa mostra que 90% dos entrevistados no Brasil disseram que deveria haver, no País, mais supervisão por reguladores. Além disso, 96% disseram acreditar que a gerência sênior das organizações deveria receber sanções penais quando comprovado que não foi feito o suficiente para prevenir fraudes, propinas ou corrupção.

Viagens e presentes

Ainda de acordo com o levantamento, 10% dos empresários brasileiros disseram estar dispostos a bancar viagens e presentes para conseguir um novo negócio. Neste caso, as médias global e americana são maiores, com 30% e 36% dos empresários, respectivamente. Segundo a consultoria, os eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos - Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016 - representam desafios para negócios locais que procuram manter relações em um mercado competitivo.

Os entrevistados na pesquisa da Ernst & Young afirmaram que estão trabalhando para garantir que estarão preparados para registrar adequadamente todos os presentes recebidos durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016 para demonstrar uma conduta dentro das regras. "Para encorajar seus funcionários a seguir esses processos, os gestores precisam ter certeza de que todas as funções de compliance e auditoria interna estão sendo respeitados", disse José Francisco Compagno, sócio da área de investigação de fraudes da Ernst & Young Terco.

"Apesar de este ainda ser um tema de muita preocupação entre os empresários brasileiros, houve algum progresso na última década por meio de reformas do setor público", afirmou Compagno. "No entanto, as empresas precisam estar cientes de que cabe a elas criar os processos e a cultura para evitar que seus funcionários alimentem um esquema que nunca será positivo - nem para seus negócios nem para o País."

No Brasil, segundo a pesquisa da Ernest & Young, as ferramentas de compliance mais utilizadas, segundo os entrevistados, para monitorar os processos em uso pelas empresas são: auditorias internas frequentes (94%), auditorias por agentes externos frequentes (92%), canais de denúncia (72%), monitoramento especializado de softwares e de sistemas de tecnologia da informação (72%), revisões regulares por escritórios de advocacia ou consultores externos especializados (58%).

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