Para crescer, Shell mira as estradas e amplia serviços
A estratégia passa pela abertura de 200 postos de combustíveis por ano e a ampliação do número de lojas de conveniência com a marca Select
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2014 às 08h46.
São Paulo - Uma das marcas mais valiosas do mundo, a Shell quer fazer valer o poder de sua concha no Brasil. A companhia, que atua no País por meio da Raízen, joint venture com a Cosan em distribuição de combustíveis e produção de açúcar e etanol, está com planos agressivos de expansão.
A estratégia passa pela abertura de 200 postos de combustíveis por ano e a ampliação do número de lojas de conveniência. A companhia está em processo para abertura de 200 lojas nos próximos meses, com a marca Select.
Os investimentos da Raízen na divisão de combustíveis estão estimados em R$ 500 milhões para este ano, 20% acima do aportado no ano passado, afirmou uma fonte da companhia ao jornal O Estado de S. Paulo. O valor não inclui aportes na área de combustível para aviação. Os acionistas vão aprovar esse valor em reunião de conselho em maio.
A Raízen disputa o mercado de distribuição de combustíveis palmo a palmo com a Ipiranga (Grupo Ultra), vice-líder no setor, atrás da BR Distribuidora (Petrobras). Enquanto a Ipiranga vê no posto uma central de serviços, não só para abastecer o carro, a Shell focava na qualidade do combustível. Agora, está mudando.
Rodovias. A expansão da Shell não está calcada apenas em aberturas de lojas, mas na consolidação de seus negócios em regiões pouco exploradas e em serviços que possam trazer mais conveniência ao consumidor.
Com quase 5 mil postos de combustíveis espalhados no Brasil, a Shell quer reforçar sua posição em rodovias. A empresa está se estruturando para construir uma cadeia de restaurantes em postos de estrada para atender caminhoneiros que transitam nos grandes rincões agrícolas.
No ano passado, a Raízen e a International Meal Company (IMC), dona da rede Frango Assado, deram início a conversas para uma joint venture, mas o negócio não foi levado adiante. Agora, o grupo quer ter estruturas próprias em postos e busca um parceiro para gerir o negócio.
A estrutura de postos em rodovias ficou meio carente de investimentos nos últimos anos, diz Leonardo Linden, vice-presidente de marketing da Raízen, sem dar mais detalhes sobre o negócio. O motorista que vai para o litoral é diferente do que está transportando soja. O caminhoneiro precisa de uma infraestrutura maior do que uma loja de conveniência.
A Shell ganhou maior musculatura no Brasil há três anos quando se juntou à Cosan, dona da Esso, comprada em 2008, para criação da Raízen. A nova companhia decidiu tirar a bandeira Esso do mercado e trabalhar a Shell, considerada mais forte. Agora queremos rejuvenescer e resgatar a força da marca Shell, diz Linden.
Esse trabalho não está restrito à expansão física do negócio. A partir de quarta-feira, 26, a companhia passará a veicular nova campanha publicitária para se aproximar mais do consumidor. Seguindo uma tendência de mercado, a Shell também quer oferecer maior conveniência ao cliente que vai abastecer no posto.
A Shell é conhecida pelo combustível de qualidade. Nosso combustível V-Power (gasolina e etanol) é referência. A ideia é reposicionar a marca para todos os serviços.
A companhia pretende aumentar a sinergia com a Sem Parar a partir do segundo semestre. A Raízen, que comprou 10% no STP (Serviços e Tecnologia de Pagamentos), responsável pelos sistemas de cobrança eletrônica Sem Parar e Via Fácil, já tem projetos-piloto para pagamento de combustível via tag e quer ampliar o serviço este ano.
Riscos
O mercado de combustível tem crescido 5% ao ano. Mas o avanço menor da frota de carros pode mudar essa taxa de crescimento. Este ano será de expansão, mas não me arrisco a fazer projeção, diz Hélvio Rebeschini, diretor de planejamento estratégico do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).
Na avaliação de um analista de banco, o grupo Raízen tem um perfil de negócio parecido com o do seu rival mais próximo, o Ultra, mas está sujeito a um risco maior. A Raízen está exposta ao etanol, que não vive uma boa fase, afirma o analista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Uma das marcas mais valiosas do mundo, a Shell quer fazer valer o poder de sua concha no Brasil. A companhia, que atua no País por meio da Raízen, joint venture com a Cosan em distribuição de combustíveis e produção de açúcar e etanol, está com planos agressivos de expansão.
A estratégia passa pela abertura de 200 postos de combustíveis por ano e a ampliação do número de lojas de conveniência. A companhia está em processo para abertura de 200 lojas nos próximos meses, com a marca Select.
Os investimentos da Raízen na divisão de combustíveis estão estimados em R$ 500 milhões para este ano, 20% acima do aportado no ano passado, afirmou uma fonte da companhia ao jornal O Estado de S. Paulo. O valor não inclui aportes na área de combustível para aviação. Os acionistas vão aprovar esse valor em reunião de conselho em maio.
A Raízen disputa o mercado de distribuição de combustíveis palmo a palmo com a Ipiranga (Grupo Ultra), vice-líder no setor, atrás da BR Distribuidora (Petrobras). Enquanto a Ipiranga vê no posto uma central de serviços, não só para abastecer o carro, a Shell focava na qualidade do combustível. Agora, está mudando.
Rodovias. A expansão da Shell não está calcada apenas em aberturas de lojas, mas na consolidação de seus negócios em regiões pouco exploradas e em serviços que possam trazer mais conveniência ao consumidor.
Com quase 5 mil postos de combustíveis espalhados no Brasil, a Shell quer reforçar sua posição em rodovias. A empresa está se estruturando para construir uma cadeia de restaurantes em postos de estrada para atender caminhoneiros que transitam nos grandes rincões agrícolas.
No ano passado, a Raízen e a International Meal Company (IMC), dona da rede Frango Assado, deram início a conversas para uma joint venture, mas o negócio não foi levado adiante. Agora, o grupo quer ter estruturas próprias em postos e busca um parceiro para gerir o negócio.
A estrutura de postos em rodovias ficou meio carente de investimentos nos últimos anos, diz Leonardo Linden, vice-presidente de marketing da Raízen, sem dar mais detalhes sobre o negócio. O motorista que vai para o litoral é diferente do que está transportando soja. O caminhoneiro precisa de uma infraestrutura maior do que uma loja de conveniência.
A Shell ganhou maior musculatura no Brasil há três anos quando se juntou à Cosan, dona da Esso, comprada em 2008, para criação da Raízen. A nova companhia decidiu tirar a bandeira Esso do mercado e trabalhar a Shell, considerada mais forte. Agora queremos rejuvenescer e resgatar a força da marca Shell, diz Linden.
Esse trabalho não está restrito à expansão física do negócio. A partir de quarta-feira, 26, a companhia passará a veicular nova campanha publicitária para se aproximar mais do consumidor. Seguindo uma tendência de mercado, a Shell também quer oferecer maior conveniência ao cliente que vai abastecer no posto.
A Shell é conhecida pelo combustível de qualidade. Nosso combustível V-Power (gasolina e etanol) é referência. A ideia é reposicionar a marca para todos os serviços.
A companhia pretende aumentar a sinergia com a Sem Parar a partir do segundo semestre. A Raízen, que comprou 10% no STP (Serviços e Tecnologia de Pagamentos), responsável pelos sistemas de cobrança eletrônica Sem Parar e Via Fácil, já tem projetos-piloto para pagamento de combustível via tag e quer ampliar o serviço este ano.
Riscos
O mercado de combustível tem crescido 5% ao ano. Mas o avanço menor da frota de carros pode mudar essa taxa de crescimento. Este ano será de expansão, mas não me arrisco a fazer projeção, diz Hélvio Rebeschini, diretor de planejamento estratégico do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).
Na avaliação de um analista de banco, o grupo Raízen tem um perfil de negócio parecido com o do seu rival mais próximo, o Ultra, mas está sujeito a um risco maior. A Raízen está exposta ao etanol, que não vive uma boa fase, afirma o analista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.