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Pão de Açucar encosta no Carrefour Brasil no 1º trimestre

Entre janeiro e março, o Grupo Pão de Açúcar teve alta de 7,6 por cento na receita bruta, superando a expansão de 6 por cento apurada pelo Carrefour Brasil

Pão de Açúcar: empresa controlada pelo francês Casino já havia encostado no Carrefour Brasil no último trimestre de 2017 (Marcos Issa/Bloomberg)

Pão de Açúcar: empresa controlada pelo francês Casino já havia encostado no Carrefour Brasil no último trimestre de 2017 (Marcos Issa/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 13 de abril de 2018 às 17h45.

São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar (GPA) voltou a ameaçar a liderança do Carrefour Brasil no setor supermercadista brasileiro, obtendo um crescimento nas vendas brutas levemente maior que o do rival no primeiro trimestre, apesar do contínuo peso da deflação dos alimentos sobre as operações de redes varejistas do país.

A empresa controlada pelo francês Casino já havia encostado no Carrefour Brasil no último trimestre de 2017, quando ficaram empatadas com um faturamento bruto de 13,6 bilhões de reais, apoiado principalmente nas operações de atacarejo.

Entre janeiro e março, o GPA teve alta de 7,6 por cento na receita bruta na comparação anual, para 12,3 bilhões de reais, superando a expansão de 6 por cento apurada pelo Carrefour Brasil, que faturou 12,289 bilhões de reais.

A diferença entre os resultados do primeiro trimestre é mais acentuada ao se comparar apenas as atividades de atacarejo no conceito mesmas lojas, com as vendas brutas da bandeira Assaí, do GPA, crescendo 10,7 por cento ano a ano, incluindo o efeito calendário, e as do Atacadão, do Carrefour, subindo 1,4 por cento nessa comparação.

Em geral, a receita mesmas lojas do GPA nos três primeiros meses deste ano aumentou 4,4 por cento sobre um ano antes, considerando o efeito calendário (Páscoa e um sábado a mais), e de 2,4 por cento sem o mesmo. No Carrefour, as altas foram de 2,3 e 0,4 por cento, respectivamente.

Mas os números apresentados pelas duas varejistas nesta semana não surpreenderam analistas, servindo apenas para confirmar o efeito positivo da Páscoa sobre o desempenho consolidado de janeiro a março, o foco cada vez maior de ambas no atacarejo e a tendência de uma expansão mais vigorosa do comércio eletrônico.

A expectativa de analistas, por sinal, é de contínua pressão sobre as margens nos próximos meses, dado o impacto negativo da deflação dos alimentos e a potencial intensificação de campanhas promocionais mais agressivas em meio à disputa mais acirrada no setor supermercadista brasileiro.

Para a equipe BTG Pactual liderada por Fabio Monteiro, os números tanto do GPA quanto do Carrefour "ainda são fracos de modo geral", segundo relatório divulgado nesta sexta-feira.

Na avaliação deles, o quadro de deflação dos alimentos só deve se reverter no segundo semestre e a concorrência entre as grandes varejistas e, especialmente, com participantes regionais deve impedir um crescimento mais rápido da receita e das margens das empresas do setor nos próximos trimestres.

Analistas do JPMorgan citaram "gatilhos de preço limitados" com base nas tendências operacionais e reduziram os preços-alvos do GPA (de 94 a 90 reais) e do Carrefour Brasil (de 18,50 para 17 reais) ao fim deste ano.

"Em nossa opinião, os principais gatilhos para tais ações são fusões e aquisições ou venda de ativos, o que, neste contexto, nos leva a preferir o GPA ao Carrefour Brasil dado o potencial desinvestimento da Via Varejo", escreveu a equipe do JPMorgan liderada por Joseph Giordano em relatório.

Os analistas destacaram ainda que o GPA é mais diversificado no segmento multivarejo, com maior penetração em supermercados, incluindo a bandeira premium Pão de Açúcar.

Às 15:37 (horário de Brasília), os papéis do GPA subiam 2,9 por cento, a 71,20 reais, liderando a lista de maiores ganhos do Ibovespa, que cedia 1,3 por cento. Enquanto isso, os papéis do Carrefour Brasil, que estrearam na B3 em julho do ano passado, subiam cerca de 1,85 por cento, negociados a 14,33 reais.

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