Pão de Açúcar cogita aquisições em têxteis e material de escritório
Grupo quer alavancar vendas de não-alimentos nos hipermercados
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar estuda realizar aquisições e associações com empresas de setores de têxtil, esportes, material de escritório e bazar, segundo o CEO do grupo, Enéas Pestana. A rede procura alavancar as vendas de não-alimentos nos hipermercados.
"Tudo que é possível fazer em alimentos a gente já faz, onde há mais possibilidade de ganho de escala é em não-alimentos", disse Pestana. O Grupo também prevê a ampliação da venda de móveis no Extra. O modelo de hipermercado vem perdendo força em outros países, por isso o Grupo pretende revitalizar suas lojas que seguem o modelo e para isso cogita aquisições ou associações em áreas que já trabalha nos hipermercados – como têxteis, esportes, bazar e material de escritório.
"Não é entrar a qualquer preço para ter retorno, tem que fazer sentido no contexto estratégico. Aquisição é oportunidade", disse. "Por mais que uma igreja seja rentável, a gente nunca vai entrar nesse negócio porque não tem nada a ver com a gente", brincou Pestana sobre as possibilidades de aquisições e associações do grupo.
Imóveis
O CEO comentou que o boom do real state no Brasil tem efeitos positivos e negativos para o Grupo. O negativo é o aumento nos custos de construção e a menor disponibilidade de pontos para lojas, o positivo é a melhor distribuição de renda e emprego. "O que o varejista olha todo dia depois do café da manhã é a taxa de emprego", disso o CEO.
Divulgação de resultados
Dados da Abras de 2009, citados pelo CEO, mostram que o Pão de Açúcar possui o maior market share do varejo de alimentação (14,8%). O segundo colocado na lista, o Carrefour, possui 14,5%, seguido pelo Walmart, com 11,1%, pelo GBarbosa, com 1,4% e pelo Zaffari com 1,2%.
Dentre os três líderes do mercado de varejo de alimentos, somente o Pão de Açúcar precisa divulgar seus resultados financeiros no Brasil - Tendo em vista que Walmart e Carrefour não estão na bolsa brasileira. "Isso não me parece muito razoável, nem muito justo", disse Pestana. O CEO participou hoje de palestra organizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-SP).
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