Pagar IPTU no cartão de crédito? Govtech Colab lança "pay" com o serviço
Uma das principais startups do Brasil dedicadas a atender governos investe em meios de pagamento e num ciclo de vendas 100% digital
Leo Branco
Publicado em 1 de junho de 2022 às 18h55.
Última atualização em 1 de junho de 2022 às 19h00.
Uma das govtechs com trajetória mais consistente no Brasil, a paulistana Colab anuncia a criação do ColabPay, um serviço de pagamento de taxas e impostos municipais através do próprio app.
Aberto em 2014, como um aplicativo de zeladoria urbana, por onde o cidadão pode contatar representantes de prefeituras para reclamar de algum serviço público, como um buraco na rua ou uma iluminação com defeito, o Colab expandiu os serviços de lá para cá.
Durante a pandemia, o app ajudou gestores públicos a mapear os bairros com contágios em alta e informatizou boa parte do processo de marcação de vacinas contra a covid.
Agora, com a retomada da vida presencial, e na esteira da digitalização feita na marra durante a crise sanitária, a ideia é facilitar a vida de cidadãos às voltas com dívidas no IPTU ou em outros serviços a cargo de prefeituras, como o funerário.
Hoje em dia, via de regra, a quitação desses encargos é feita com a emissão de guias de pagamento que só valem para determinados bancos e sem a possibilidade de parcelar a conta ou então a de usar o cartão de crédito.
O Colab viu um negócio ao resolver tudo isso num lugar só. "Os meios de pagamento agora fazem parte da nossa estratégia", diz Gustavo Moreira Maia, CEO e um dos fundadores do Colab.
O lançamento do ColabPay faz parte de uma guinada do app para virar um marketplace de serviços públicos.
Desde o começo do ano, prefeituras podem contratar por ali soluções de tecnologia para tornar digital um rol de 20 serviços públicos com demanda em alta Brasil afora—resgate de cães abandonados, pagamento de taxa de vigilância sanitária, acionamento da Defesa Civil e por aí vai.
"A cada 15 dias estamos adicionando um serviço nosso ou de parceiros ao ecossistema", diz Maia.
A ambição grande do Colab coincide com uma fase de comprovação da tese de negócios da govtech.
Antes da pandemia, o fechamento de um contrato no Colab era um processo enrolado. O usual era Maia pegar um avião um montão de vezes para reunir-se com prefeitos e assessores e, muitos cafezinhos depois, fechar uma venda.
O teletrabalho popularizado nas repartições públicas mudou o ciclo de vendas. "Hoje em dia não é incomum fazer a negociação à distância e fechar a venda pela internet mesmo", diz Maia. "Houve uma mudança muito grande no modo de operar do serviço público por causa da pandemia e o resultado é muito positivo."
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Com tudo isso, o Colab deve faturar neste primeiro trimestre a mesma quantia do ano passado inteiro: R$ 3,5 milhões.
Do ano passado para cá, o app saiu de seis para 20 prefeituras. Metrópoles como Recife estão na lista.
Em 2020, o Colab recebeu aporte de R$ 3 milhões de um grupo de fundos dedicados a negócios de impacto social, como o Omidyar, do fundador do comércio eletrônico eBay, o francês Pierre Omidyar.
Além disso, entraram os fundos MDIF, EDP Ventures, ligada à distribuidora de energia elétrica, e KPTL.
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