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Os planos do Alibaba para dominar as vendas online no Brasil

Com ações para ajudar vendedores, lançamento de cartão pré-pago e medidas para melhorar a logística estão na estratégia do grupo


	Site popular: a cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma
 (Bloomberg)

Site popular: a cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma (Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 27 de março de 2015 às 15h34.

São Paulo - O Brasil já é um dos principais mercados compradores do grupo Alibaba. Agora, a empresa quer ajudar o país a também vender mais para a China.

Com ações para ajudar vendedores, parcerias exclusivas e medidas para melhorar a logística, o grupo quer dominar o comércio eletrônico no Brasil. 

“Queremos que, cada vez mais, marcas e empresas brasileiras entrem na China”, diz Pamela Munoz, diretora de comunicação do Grupo Alibaba, em entrevista exclusiva à EXAME.com.

Ainda sem uma filial no Brasil, Pamela veio ao país buscar parceiros locais para melhorar vendas e, principalmente, aumentar a rapidez com que os produtos são entregues.

Iniciativas que facilitem as compras no AliExpress também estão nos planos. O lançamento de um cartão pré-pago, em conjunto com a Visaé uma delas.

Feita especialmente para os brasileiros, a novidade pode ser usada em diversas lojas pelo mundo que aceitem a bandeira e surgiu depois de uma pesquisa sobre hábitos de pagamento e compra no Brasil. 

Entre os três mais

Tanto empenho em crescer por aqui tem um motivo muito claro: o potencial do negócio brasileiro.

O Brasil é hoje um dos três maiores mercados para o AliExpress – voltado à exportação. Ele disputa o pódio com Estados Unidos e Rússia em termos de usuários ativos.

A cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma. Desde o início da operação do site chinês, cinco anos atrás, mais de 6 milhões de pedidos foram feitos.

Ao lado do Sebrae, a empresa também busca informar sobre as melhores práticas para vender para a China. Para divulgar as suas plataformas, “educar é melhor do que só fazer marketing”, diz Pamela.

Segundo a diretora, um dos obstáculos para o comércio com o país ainda é a infraestrutura. Por isso, a empresa está debatendo com os Correios uma possível parceria para compartilhamento de dados.

Em julho do ano passado, as duas companhias firmaram um acordo para melhorar os procedimentos de logística entre o Brasil e a China. O objetivo é ajudar as pequenas empresas do país a venderem seus produtos na China por meio do AliExpress.

Além disso, o grupo chinês também considera um acordo com o governo brasileiro. Segundo Pamela, já há parcerias com os governos nos Estados Unidos, Chile e Argentina, para trazer produtos desses países a China.

Falsificados

O Alibaba recebeu uma advertência da agência de qualidade de produtos da China, que pediu que o grupo prestasse mais atenção na procedência das mercadorias ofertadas em seus sites.

Além disso, a companhia de Jack Ma recebeu acusações de vendas que podem ter sido feitas apenas para inflar o faturamento e aumentar o volume de vendas do grupo chinês.

Para recuperar a confiança nos produtos chineses, a empresa está investindo em segurança digital. Segundo Pamela, ela trabalha ao lado de grandes marcas, como Burberry, Louis Vuitton, Nike, entre outras, para identificar o comércio de produtos falsos.

Centenas de pessoas também foram contratadas para identificar e retirar do site vendedores que falsificam suas vendas.

Porém, combater esses atos criminosos “é uma batalha sem fim”, diz Pamela.

Investimentos em Mobile

Depois do IPO histórico, ano passado, a empresa acelerou seus investimentos. As últimas aquisições do grupo de Jack Ma apontam um caminho: a empresa aposta no mundo mobile.

O investimento de US$ 200 milhões no Snapchat e a compra de parte de uma fabricante chinesa de smartphones são alguns dos exemplos.

Ela também possui um aplicativo de mensagens e um de streaming de televisão. De acordo com Pamela, esses investimentos visam aumentar o tempo de permanência do consumidor no ambiente do grupo Alibaba.

A estratégia é investir nas maneiras pelas quais o consumidor interage com a marca. “Queremos que a pessoa permaneça mais tempo no nosso ambiente, para se tornar um consumidor em potencial”, afirma a executiva. 

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