Negócios

Apresentado por PETROBRAS

Os dados confirmam: boas práticas de governança valorizam ações

Conheça o impacto que uma boa política de governança pode ter na lucratividade de uma empresa

 (GI/Getty Images)

(GI/Getty Images)

FONTE: Relatório "A caminho da transparência" da Deloitte (Gráfico/Estúdio ABC)

A questão da transparência corporativa nunca esteve tão em evidência como nos últimos anos. De acordo com um estudo feito pela consultoria Deloitte com 103 empresas, os principais motivos para a estruturação de uma área de governança são o aumento na qualidade das informações (84%) e a profissionalização da gestão (71%).

Além disso, 79% das companhias com capital de origem brasileira ouvidas pela consultoria apontam que a recessão econômica e o movimento em direção à ética têm mobilizado o mercado a avançar na adoção de práticas de governança corporativa. Elas proporcionam, entre outros benefícios, economia de custos, com a eliminação da burocracia interna, ganhos de eficiência, maior qualidade nas decisões e melhoria no controle dos processos.

A governança implica em aprendizado do ponto de vista da cultura empresarial e é fundamental praticá-la do ponto de vista comportamental

Cláudio M. Filho, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP)

Companhias com políticas de compliance consistentes são mais atrativas para o investidor e garantem maior retorno aos acionistas a médio e longo-prazo. “A governança corporativa é tão importante como a inovação na geração de valor. Boas práticas dão segurança ao investidor”, Ronaldo Fragoso, sócio-líder de Risk Advisory da Deloitte. Para incentivar as empresas a adotarem boas práticas e destacar aquelas comprometidas com maior transparência, a Bovespa criou os Níveis 1 e 2 de governança corporativa e o Novo Mercado.

A cada nível, maiores são as exigências

As companhias Nível 1 se comprometem, por exemplo, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. As de Nível 2, além da aceitação das obrigações do Nível 1, devem adotar um conjunto mais amplo de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários.

Já o Novo Mercado exige que as empresas, além de se comprometerem com a adoção de todas as exigências do Nível 2, devem emitir apenas ações ordinárias, acabando com o papel das ações preferenciais. O público alvo são as companhias interessadas em abrir o capital. Empresas abertas com ações preferenciais também podem entrar no Novo Mercado, desde que transformem todas as ações em ordinárias.

Segundo a consultoria global Economatica, a Petrobras, por exemplo, passou a ser a segunda maior empresa da Bovespa em valor de mercado no final de 2016, totalizando R$ 211,637 bilhões.

Um ano antes, em 2015, a diretoria de Governança, Risco e Conformidade foi criada com a meta de aprofundar os mecanismos de boas práticas de governança corporativa na empresa.

“Sistemas de controle, segregação de funções e análise de risco são algumas das melhorias trazidas pela governança”, comenta Reynaldo Makono Goto, diretor de compliance da Siemens, que consolidou seu departamento de governança corporativa e adotou um sistema de conformidade bem estruturado depois de ser investigada na Alemanha e nos Estados Unidos.

A Petrobras é um bom exemplo de uma mudança cultural, pois a companhia já adotava boas práticas, mas vem aprimorando essas ferramentas e criando novos mecanismos

Cláudio M. Filho, professor da FEA/USP

Na opinião de Goto, as empresas com sistema de governança robusto trazem vantagens ao acionista a médio e longo-prazo. “Fundamentos bem estruturados são essenciais para as companhias continuarem existindo. Atualmente, são questão de sobrevivência”.

Ele tem razão. De acordo com dados da Deloitte (gráfico abaixo), entre janeiro de 2001 e abril de 2017, as ações das empresas que fazem parte do Índice de Governança Corporativa (IGC) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) valorizaram 122% a mais do que as ações das demais empresas brasileiras de capital aberto.

FONTE: Índice de Governança Corporativa (IGC) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) (Gráfico/Estúdio ABC)

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasGovernança

Mais de Negócios

'Algumas situações podem ser potencializadas com IA, mas com limites', diz diretora do Dante

Construtora de residencial mais alto de BC projeta dobrar vendas em 2026

Banco da Amazônia anuncia nova unidade em São Paulo

De trailer usado a negócio de US$ 500 mil: a cafeteria móvel que virou caso de gestão lucrativa