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ONGs denunciam Monsanto e a EFSA por manipular estudos

A Comissão Europeia se declarou favorável a renovar a autorização de venda de pesticida após estudo que considerou "improvável" seu caráter cancerígeno


	Monsanto: em 2015, a OMS declarou o pesticida como provavelmente cancerígena
 (Daniel Acker/Bloomberg)

Monsanto: em 2015, a OMS declarou o pesticida como provavelmente cancerígena (Daniel Acker/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 14h03.

Um grupo de organizações não governamentais anunciou nesta quarta-feira uma denúncia contra a Monsanto e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) por supostamente manipular estudos científicos com o objetivo de demostrar a inocuidade de um pesticida.

"Acreditamos que as autoridades europeias e os industriais tentaram manter o glifosato [um pesticida] no mercado europeu com interpretações distorcidas das análises apesar de seus prováveis efeitos cancerígenos", afirmou Josef Unterweger, o advogado da Global 2000, a associação austríaca que lidera o grupo de ONGs.

Nos dias 7 e 8 de março um comitê de especialistas formado pelos países-membros da União Europeia tem que decidir se renova a autorização de venda do glifosato, que expira no final de junho.

Em março de 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou essa substância, muito usada pelos agricultores, como provavelmente cancerígena.

No entanto, a Comissão Europeia se declarou favorável a renovar sua autorização de venda após uma polêmica avaliação da EFSA, que em novembro considerou "improvável" o caráter cancerígeno do pesticida.

A Global 2000 e outras ONGs europeias acusam a EFSA de basear suas conclusões em um relatório da autoridade sanitária alemã (BfR), que, por sua vez, teria se inspirado diretamente em estudos da Monsanto que continham "graves infrações" de metodologia científica.

Segundo os denunciantes, os estudos epidemiológicos da OMS apontam que as pessoas que trabalham com glifosato têm um risco de câncer nos nódulos linfáticos 50% superior à média.

As denúncias foram apresentadas à justiça em Viena e em Berlim. Elas também se dirigem contra a agência alemã BfR, indicou a Global 2000 em comunicado.

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