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OHL passa a ter a maior malha rodoviária do país

Com cinco aquisições em leilão de estradas federais, concessionária terá sob seu controle mais que o dobro da quilometragem da antiga líder no setor

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A espanhola OHL passa a deter a maior malha de concessão rodoviária do País, após o resultado do leilão de estradas federais realizado nesta terça-feira (09/10), na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

No total, a empresa administrará cerca de 3.225 quilômetros de estradas pedagiadas e terá importante interligações entre os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, no chamado Corredor do Mercosul. (veja abaixo mapa com as estradas que passaram a ser administradas pela OHL)

Dessa malha, 64% foram adquiridas no leilão na Bovespa, depois de a OHL fazer lances vitoriosos para todos os cinco trechos que disputou. A participação na sessão desta terça-feira permitiu à OHL acrescentar 2078 quilômetros de rodovias à sua área de controle, já formada por quatro estradas nas regiões de Ribeirão Preto e São Carlos, no interior paulista.

Com o apetite demonstrado no leilão, a companhia não apenas ultrapassou em extensão de vias o líder do setor até então, o grupo CCR, como consolidou uma malha mais de duas vezes maior do que o concorrente, que hoje detém 1.452 km de rodovias.

Sete trechos de rodovias federais leiloados

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A OHL está no Brasil desde 1998, quando passou a administrar a Autovias, a Centrovias e a Vianorte. Dois anos depois, obteve a concessão da Intervias, com a qual totalizou 1.147 quilômetros de estradas no interior de São Paulo, ou 11,6% do total das rodovias sob concessão no País.

A empresa pertence ao grupo espanhol Obrascon Huarte Lain (OHL), do ramo de construção e serviços e dono de 12 concessionárias de estradas em países como Espanha, México, Chile e Argentina, além do Brasil. Fundado há mais de 90 anos, o grupo de capital aberto e ações na Bolsa de Madri faturou em 2006 3,3 bilhões de euros.

Lances agressivos

Centro das atenções no leilão de ontem, o presidente da OHL no Brasil, José Carlos Ferreira de Oliveira, respondeu às provocações em relação aos lances baixos dados pela empresa dizendo que se tratava de política de perdedor. Ele afirmou que há anos a companhia estuda os trechos ofertados no leilão e, por isso, ela teve condições de ser mais agressiva. O pedágio da rodovia Fernão Dias (BR-381, que liga São Paulo a Belo Horizonte), por exemplo, ficou em R$ 0,997 por praça (estão previstas oito praças ao longo de 562 km de rodovia).

Oliveira, da OHL, garante que os lances foram bastante sensatos, levando em consideração a solidez da economia brasileira, a redução das taxas de juros e expectativa de o País receber o conceito de grau de investimento pelas agências de classificação de risco. "Acreditamos na nossa previsão. Ao contrário do que imaginam, é bem pé no chão."Ele afirmou que a empresa deverá usar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer os investimentos nas estradas.

Após a assinatura do contrato, previsto para janeiro, a empresa terá seis meses para melhorar a qualidade das rodovias. Nesse período, a OHL deve investir entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. Em 25 anos, o investimento total nos cinco trechos obtidos será de R$ 16,7 bilhões.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Estado

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