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O “self-service” da Dasa para atacar os problemas de saúde das empresas

Criada há cerca de um ano e meio, a Dasa Empresas faz a gestão de saúde de 900 mil vidas e a meta é chegar a 2 milhões

Dasa: gigante da medicina diagnóstica reforça serviços voltados diretamente às empresas (Divulgação/EXAME.com/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 08h00.

Última atualização em 10 de janeiro de 2022 às 12h50.

A companhia de saúde Dasa está ampliando o escopo de atuação do seu negócio voltado para o segmento corporativo, a Dasa Empresas. A meta é atender melhor uma fatia estratégica do mercado: a fonte pagadora da maior parte dos gastos com saúde suplementar do país, ou seja, as empresas.

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A companhia comprou há cerca de um mês a empresa de gestão saúde corporativa Mantris. Com isso, passa a atuar com mais força também em medicina ocupacional e gestão de ambulatórios in company. Criada há cerca de um ano e meio, a Dasa Empresas faz hoje a gestão de saúde de 900 mil vidas e a meta é chegar a 2 milhões de vidas nos próximos anos.

A Mantris faz a gestão de cerca de 200 ambulatórios em empresas. A ideia é usar esses ambulatórios para reduzir os custos da saúde suplementar usando a medicina do trabalho.  “Acreditamos que não daria para ter uma saúde integrada se não tivéssemos junto a parte de saúde ocupacional”, diz Rafael Motta, diretor-geral da Dasa Empresas. A aquisição da Mantris ainda precisa ser aprovada pelo Cade.

Self-service

Na prática, a Dasa Empresas funciona como uma espécie de self-service de serviços de saúde para as empresas. “Somos um hub de soluções de saúde para o cliente empresa. Temos hoje 66 produtos, que incluem gestão do seguro de saúde, vacinação, exames, telemedicina e medicina ocupacional. Se consigo prestar serviços de saúde tão bem para o público em geral, por que não oferecer serviços também direto para a fonte pagadora?”, afirma Motta.

O modelo de atuação da Dasa Empresas está em linha com as tendências do setor, com foco em prevenção e análise de dados para reduzir os custos e melhorar o atendimento de saúde. “Todos os anos, 20 milhões de pessoas passam pelas nossas unidades. Isso gera volume de dados muito grande que pode salvar vidas, reduzir custos e evitar doenças”, diz o executivo. O que a Dasa Empresas faz é usar esse grande volume de dados para entender as dores do cliente corporativo e buscar soluções.

Com o reforço no segmento de medicina ocupacional, a estratégia da empresa ganha mais força, com possibilidade de unificação de dados entre saúde ocupacional e assistência à saúde. “A empresa precisa fazer exames admissionais, mas isso nunca foi integrado à saúde assistencial. Por que faço um exame em um funcionário e não sinalizo para a gestão de saúde que ele tem pressão alta, por exemplo?”, diz.

Outra vertente de atuação é uma espécie de central de atendimento, voltada para o beneficiário do plano, ou seja, o funcionário da empresa. “Quando o funcionário precisa fazer um exame, ele sai ligando nos laboratórios do plano de saúde. Aqui ele liga para um lugar só, e nós fazemos o atendimento dele via telefone ou whatsapp”, diz Motta.

Com isso, um dos objetivos é reduzir o tempo de início de tratamentos. Segundo Motta, o tempo médio para início de tratamento de uma doença é de 90 dias. A Dasa Empresas promete reduzir esse tempo para 15 dias, com meta de chegar a 8 dias.

Mar de CNPJs

Hoje a Dasa Empresas tem 350 empresas clientes, dentre elas Boticário, BRF e Energisa. Cada empresa cliente pode contratar o serviço que mais se encaixa à sua necessidade. Em alguns casos, quando o foco do serviço oferecido pela Dasa Empresas está na gestão de custos de saúde, parte da remuneração da companhia é feita pela chamada taxa de sucesso (success fee). Ou seja, a remuneração é atrelada ao sucesso na redução dos gastos com saúde da empresa cliente. “Dessa forma alinhamos interesses. Se der errado para o cliente, tem que dar errado para nós também”, afirma.

A oferta de soluções de saúde diretamente para as empresas tem um grande mercado potencial. “O tamanho potencial é igual ao número de CNPJs existentes no país. É um mercado muito grande, mas também com muita concorrência”, afirma Cesar Ciongoli, CEO da BenCorp, gestora de saúde que também atua com foco em empresas, inclusive na saúde ocupacional.

“Com a saúde ocupacional, pegamos uma obrigatoriedade legal e transformamos em um momento de cuidado com a saúde”, diz Ciongoli. A BenCorp faz a gestão de 500 mil vidas atualmente; em 2021 cresceu cerca de 50%. Para 2022, está aberta a aquisições com foco em reforçar os serviços oferecidos.

Diversificação

A frente de negócios com foco em serviços para empresas faz parte de um movimento de diversificação da Dasa, processo semelhante ao de outras empresas do setor, como o Fleury. Nos últimos anos, a Dasa tem feito aquisições e entrado em segmentos para além de seu negócio original de medicina diagnóstica. Em 2019, a família Bueno fundiu os negócios da Dasa com sua rede de hospitais, a Ímpar.

Mais recentemente, a empresa tem feito aquisições importantes nas regiões Norte e Nordeste. Em julho, comprou a rede de oncologia Amo, que tem forte presença na Bahia e foi comprada por 750 milhões de reais. No dia 29 de dezembro, anunciou a compra do Centro de Diagnóstico Boris Berenstein (CDBB), um dos mais tradicionais centros de diagnósticos por imagem de Pernambuco. Em 2020 a Dasa teve receita de 7 bilhões de reais.

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