O plano da Coca-Cola para reduzir o impacto de suas embalagens
Plano global da empresa inclui coletar 100% das embalagens que coloca no mercado até 2030
Vanessa Barbosa
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 15h56.
Última atualização em 19 de janeiro de 2018 às 15h59.
São Paulo - Já parou para pensar em quantas garrafinhas de bebidas você compra, esvazia e descarta no seu dia a dia? Em um país como o Brasil, que não coleta nem metade do lixo que produz, embalagens aparentemente inofensivas vão parar onde não devem: em lixões a céu aberto, descartadas em algum canteiro na rua, nas praias, rios e lagos do país, gerando uma carga indigesta para o meio ambiente.
Se nós, enquanto consumidores e cidadãos, podemos e devemos rever nossos hábitos, imagina então o potencial que as empresas do setor de bebidas pode ter para reverter esse ciclo nocivo. Atenta ao seu (imenso) papel nesse mercado, a Coca-Cola anunciou hoje um compromisso global para reduzir o impacto de suas embalagens no meio ambiente e tornar suas operações mais sustentáveis.
A meta é coletar e reciclar o equivalente a 100% de suas embalagens até 2030. Na prática, a cada garrafa ou lata que a empresa vender, em escala global, uma outra deverá ser "regatada" e ganhar vida nova. “O mundo tem um problema de embalagem e, como todas as empresas, nós temos a responsabilidade de ajudar a resolver isso”, disse James Quincey, presidente e CEO da Coca-Cola, em comunicado.
Aqui no Brasil, a empresa diz que já garante a destinação correta para 51% das embalagens produzidas e trabalha para chegar a 66% até 2020. Em 2016, esse percentual era de 36%.
Esse avanço reflete um investimento de R$ 1,6 bilhão, previsto para cinco anos (2016-2020) e aplicável em outras duas frentes: design das embalagens e parceria. Do total R$ 1,2 bilhão representa o investimento de hoje até 2020.
Na frente do design, atualmente, as garrafas de plástico pesam 20% menos do que as produzidas há 10 anos e são 100% reaproveitáveis, ou seja, podem voltar ao ciclo industrial.
Buscando mais eficiência no consumo de matéria-prima, a Coca-Cola Brasil aumentou também o uso de material reciclado nas embalagens.
Segundo a empresa, mais de 60% da composição de novas latas de alumínio e de garrafas de vidro é proveniente de embalagens recicladas. Juntas, representam 31% do volume de material colocado no mercado, anualmente. E 35% das embalagens PET também já são compostas por resina reciclada.
A empresa, que apoia mais de 200 cooperativas de reciclagem em todo o país, ressalta a importância de trabalhar em conjunto com comunidades locais, parceiros da indústria, clientes e consumidores para enfrentar o problema.
"Temos certeza que não podemos fazer nada sozinho", diz à EXAME.com Andreia Mota, diretora de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil. "Dentro do grupo das industrias de bebidas, a Coca-Cola, enquanto liderança, tem um papel de puxar essa agenda, é uma prestação de conta à sociedade. Sabemos que nosso compromisso pode impactar outros atores da cadeia como um todo. Daí a importância do diálogo trans-setorial, investimento em tecnologia e ações governamentais andarem de mãos dadas", afirma.