Negócios

O futuro do varejo: como o Phygital vem mudando o mercado de consumo no Brasil

Evento da EXAME reúne especialistas do setor de varejo para discutir as tendências do consumo e suas relações com as novas tecnologias; acompanhe

Metodologia da Pesquisa (Reprodução/Reprodução)

Metodologia da Pesquisa (Reprodução/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2022 às 16h23.

yt thumbnail

Não há setor que permaneça inalterável após uma nova tecnologia ou tendência entrar nos radares dos tomadores de decisão e do próprio público consumidor.

Com o varejo no Brasil, não foi diferente. Nesta segunda-feira, 12, a EXAME recebeu especialistas do setor de consumo para tratar da conexão entre o físico e o digital no varejo: o Phygital, termo oriundo da fusão das palavras em inglês physical (físico) e digital e que, de forma generalista, representa a integração entre o mundo físico, com o mundo digital.

O painel faz parte do MM Talks, evento 100% online e conta com 4 painéis mediados pelos repórteres da EXAME e recebendo fundadores, CEOs de empresas, economistas, professores e consultores. O evento é gratuito e está sendo transmitido no canal do YouTube da EXAME. A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento.

O MM Talks precede a transmissão ao vivo da tradicional premiação MELHORES E MAIORES, um ranking que contempla as empresas de maior destaque da economia brasileira, a partir de uma metodologia elaborada e aplicada pelo Ibmec.

O Phygital como ponto de chegada

Fátima Merlim, Fundadora do Instituto Mulheres do Varejo e CEO da Connect Shopper, empresa de inteligência de Mercado e shopper marketing voltada para lojistas, entende que a tendência do Phygital já é realidade no Brasil, porém, como qualquer novidade, ainda está em um estágio incipiente.

"Com certeza nos deparamos com algo novo, mas é algo que as empresas no Brasil parecem estar engatinhando, porque existem diversos desafios a se evoluírem nessa jornada", explica a especialista.

Para ela, é mais importante que a empresa entenda o Phygital como uma estratégia do varejo para colocar o cliente como centro de tomada de decisão do que efetivamente como mais um novo canal de vendas apenas.

"Além de tudo, o Phygital deve trabalhar na experiência que o cliente gostaria de ter. A palavra que buscamos é integração. O varejo atua em diversos canais, mas não possui uma experiência integrada entre os seus processos", argumenta Fátima.

Para a especialista, integrar os ambientes e aumentar/melhorar a experiência do cliente dentro da jornada de compra e relação com a marca deve ser a meta de qualquer negócio do varejo. E esses feitos podem ser atingidos com uma boa dose de tecnologia e análise de dados.

"O papel da tecnologia é fundamental para existir essa entrega mais complexa entre as empresas que estão no meio do caminho e estão no meio da sua transformação digital", complementa Michelly Baliana, gerente de Commerce Cloud - Enterprise da Salesforce.

Para a gerente, é fundamental que os lojistas criem a necessidade de olhar os dados dos seus clientes de forma a dimensionar as suas vontades, desejos e problemas.

"Dentro da Salesforce, sempre tivemos essa particularidade de atuar junto aos lojistas colocando o cliente no centro, atuando de uma forma mais verdadeira com suas necessidade. Como? Trazendo uma série de dados para que o varejo entenda o que esse cliente quer, o seu momento atual e o onde ele quer chegar. E assim oferecemos os produtos que mais conversem com essa demanda", finaliza a gerente.

O caminho além do varejo

É inegável que a pandemia de Covid-19 atuou diretamente para impactar e mudar para sempre as nossas relações com o varejo e, principalmente, alterou de forma radical a maneira com que consumimos e compramos. Então, como o Phygital se coloca nesse novo capítulo do varejo, em um momento de volta à vida presencial, com as pessoas retomando aos espaços físicos de consumo?

Segundo os especialistas, a questão não está no canal em si, mas sim em como a empresa se coloca disponível nesses espaços, seja no digital, seja no físico.

"Olhando friamente para o consumidor, entendemos que não existe essa segmentação necessária de canais. Para ele, basta que ele tenha seu produto quando necessite, no momento em que queira e, principalmente, de uma maneira fácil e simples", explica Fátima. "O varejo passa a ter que trabalhar de maneira mais intensa o sua projeção como marca", complementa.

Guilherme Horn, Head do WhatsApp no Brasil, reforça o pensamento. Para ele, a varejista que se coloca como uma marca, tende a fidelizar seu cliente para negócios futuros e passa a imprimir uma jornada diferente para esses clientes - principalmente quando há problemas.

"A relevância como marca é cada vez mais presente no mundo digital. Em que momento essa conexão de marca e consumidor se fortalece? Normalmente quando há algum problema. Sabe quando o consumidor cria um laço forte de conexão com uma marca? Quando ele, por exemplo, precisa passar por um processo de devolução de produto e é surpreendido com um processo fácil e rápido", exemplifica Guilherme.

Experiência, jornada e a importância do fator humano

Guilherme, head do WhatsApp, lembra um fator fundamental que o varejo tende a deixar de lado em um mundo cada vez mais digital: a humanização dos processos e etapas.

"Comércio é conversa, diálogo, olho no olho. Então é fundamental que haja humanização nos processos. E eu vejo o WhatsApp como um desses segmentos mais humanos na hora do varejo, porém de uma forma escalável com o digital", explica o especialista.

Vale lembrar que o WhatsApp entrou de cabeça no mundo do varejo digital com o lançamento da plataforma WhatsApp Business, que permitiu a microempreendedores criar um canal de vendas na plataforma de conversas.

Guilherme, porém, enxerga a atuação do WhatsApp no mercado mais do que simplesmente uma ferramenta de conexão entre lojista e cliente, mas como um canal adicional que permite uma maior personalização de contato e oferta aos clientes.

"Acho que o segredo maios está em como usar as capacidades desses elementos e ferramentas de uma forma personalizada ao consumidor - e esse mundo digital nos permite oferecer uma maior personalização", complementa o head do WhatsApp.

Ao oferecer esses caminhos personalizados de forma acertada, a jornada do cliente muda e, consequentemente, a sua chance de repetir um processo de compra ou de manter uma conexão com a marca aumenta.

"Eu quero que aquele cliente, mesmo após uma compra, continue comigo. Falamos muito de jornada dentro da área de serviços, explicando que essa jornada deve ser infinita e constante", comenta Samuel Barros, Doutor em Administração e Pró-Reitor de Pós-Graduação do Ibmec.

O que é o MM Talks

O MM Talks é um evento 100% online e conta com 4 painéis mediados pelos repórteres da EXAME e recebendo fundadores, CEOs de empresas, economistas, professores e consultores. Alguns dos temas tratados serão: Phygital: a mistura entre o físico e o digital, ESG e as oportunidades na nova economia e agronegócio. 

O evento é uma oportunidade para empresários, executivos, empreendedores e profissionais de todos os setores ouvirem a visão de especialistas sobre os temas e iniciativas que vão influenciar o mundo dos negócios nos próximos anos.

O evento surgiu como uma possibilidade de tornar mais democrático o acesso à realidade das empresas, e se tornou um fórum de discussões e rodas de conversas com especialistas. Na programação também está prevista a transmissão ao vivo da tradicional premiação MELHORES E MAIORES, um ranking que contempla as empresas de maior destaque da economia brasileira, a partir de uma metodologia elaborada e aplicada pelo Ibmec.
Confira a programação oficial do MM Talks:

14h00 às 14h30: Melhores e maiores empresas do Brasil: perspectivas econômicas

14h30 às 15h30:Phygital: o físico e o digital no mercado de consumo

15h30 às 16h30:E e S do ESG caminhando juntos: oportunidades na nova economia

16h30 às 17h30: Agronegócios: o Brasil que não para

Melhores e Maiores

Após os painéis virtuais, os participantes poderão acompanhar a transmissão online da premiação Melhores e Maiores. Ela reconhecerá as empresas de capital aberto que apresentaram maior crescimento em indicadores financeiros e em práticas sociais, ambientais e de governança no ano de 2021 em diferentes categorias — dentre elas, Empresa do Ano, Startup do Ano e Empreendedor Social do Ano.

“Melhores e Maiores sempre foi a premiação mais reconhecida da economia brasileira. Considerando também as ações no âmbito social, ambiental e de governança, conseguimos ter um retrato mais atual e mais fiel das empresas com bons resultados e práticas responsáveis”, afirma Lucas Amorim, diretor de redação da EXAME.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoIndústria digitallojas-onlineServiçosTecnologia da informaçãoVarejo

Mais de Negócios

Ela gastou US$ 30 mil para abrir um negócio na sala de casa – agora ele rende US$ 9 milhões por ano

Ele só queria um salário básico para pagar o aluguel e sobreviver – hoje seu negócio vale US$ 2,7 bi

Banco Carrefour comemora 35 anos de inovação financeira no Brasil

Imposto a pagar? Campanha da Osesp mostra como usar o dinheiro para apoiar a cultura