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O cargo é o de menos

O mineiro Ramon Guimarães vendia doces na porta da escola na adolescência. Hoje, à frente de 94 unidades franqueadas do Cartão de TODOS, ele conta como chegou lá

Ramon Guimarães, do Cartão de Todos: "Aos poucos, conquistei tudo que me propus e hoje não trabalho mais pensando em cargos" (Marcelo B Andrade/Divulgação)

Ramon Guimarães, do Cartão de Todos: "Aos poucos, conquistei tudo que me propus e hoje não trabalho mais pensando em cargos" (Marcelo B Andrade/Divulgação)

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Publicado em 24 de julho de 2024 às 18h00.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 11h15.

O mineiro Ramon Guimarães, de 36 anos, recebeu o maior desafio de sua carreira há pouco mais de dois meses. Há 18 anos ele trabalha no Grupo TODOS, cujo carro-chefe é um cartão de benefícios em serviços de saúde, educação e lazer. Por ali, começou como recepcionista e foi galgando novos desafios. Até o começo do ano, o maior deles era a chefia de 49 unidades franqueadas do Cartão de TODOS nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Bahia, onde vive. Por recomendação do CEO da empresa, Altair Vilar, em maio Guimarães recebeu a missão de dirigir outras 45 unidades da Cartão de TODOS nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Para além de praticamente dobrar o número de lojas sob seu olhar (agora são 94), a decisão trouxe desafios logísticos. “Não consigo me deslocar para o Sudeste com tanta frequência”, diz o empresário. “Mas fiz questão de no primeiro contato com o novo time não falar sobre metas a serem batidas ou aumento de lucro, e sim deixar transparente a minha cultura de trabalho, que tem por base os pilares da confiança, respeito, alta performance e cooperação entre os funcionários.”

Guimarães começou a desenhar esses pilares ainda na adolescência. Na época, ele de- cidiu largar a labuta no açou- gue do pai, em Ipatinga, no vale do aço de Minas Gerais, para tentar um voo solo. O caminho foi abrir uma banca de doces em frente ao colégio. “Na época, pegava minha bicicleta e saía visitando fornecedores para pesquisar preços”, conta o empresário. Aos 16 anos, ele chegava a faturar mais de dois salários mínimos com a venda dos quitutes — e aprendia valores importantes para todos os empreendedores. “Entendi sobre gestão de estoque, fidelização de clientes e inovação para enfrentar a concorrência de maneira ética”, diz.

Aos 18 anos, o pai o convidou novamente para os negócios familiares. Dessa vez, para cuidar de uma unidade franqueada do Cartão de TODOS. Diferentemente da maioria dos diretores atuais da empresa, que começaram como vendedores, Guimarães começou no grupo pela recepção de uma loja. “Minha função incluía atender telefone, agendar horários nas clínicas para os pacientes”, diz Guimarães. “Desde então eu já enxergava possibilidades de crescimento, pois sempre penso no próximo passo.” Lá atrás, o horizonte era tomado por altos executivos dignos de fazer brilhar os olhos de um jovem como ele. “Aos poucos, conquistei tudo que me propus e hoje não trabalho mais pensando em cargos”, diz ele, que além de oferecer suporte aos demais associados do Cartão de TODOS é também dono de oito unidades franqueadas da empresa na Bahia, no Ceará e em Pernambuco. “Cumpro minha missão da melhor maneira e sei que esse tipo de promoção não se reivindica, vai acontecendo.”

Daqui para a frente, o desafio de Guimarães com a missão de liderar o Cartão de TODOS no Rio de Janeiro e no Espírito Santo será lidar com as diferenças culturais entre as regiões brasileiras. Um ponto de atenção é o apetite dos clientes por tecnologia. “O uso do aplicativo do Cartão de TODOS, por exemplo, é muito maior entre os clientes do Nordeste do que no Sudeste”, diz ele. “Geralmente a gente é levado a pensar que seria o contrário, mas isso tem a ver com o estágio de amadurecimento de cada franquia, e não com o fato de um estado ser mais urbano que o outro.”

O engajamento dos franqueados do Cartão de TODOS é, inclusive, uma das principais metas de Guimarães daqui para a frente. “Claro que aumentar as vendas é importante, mas isso acontece de uma forma cada vez mais natural quando o time entende o porquê de estarmos fazendo algo”, diz. Como exemplo disso, ele cita o período da pandemia, quando a empresa precisou mudar rapidamente para fazer frente à necessidade de quarentena. “Paramos as atividades do nosso escritório de vendas, implantamos a telemedicina e iniciativas que evitassem aglomeração nas unidades físicas”, diz ele. “Nosso grande êxito foi ter conseguido fazer com que aquela não fosse uma fase paralisante. Saímos mais fortes.”

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