O teste de fogo do New York Times
Quando o tradicional jornal americano The New York Times, fundado em 1851, divulga seus resultados anuais, como acontecerá hoje, é como se toda a imprensa sentasse no divã. A companhia deve apresentar um lucro de 37 milhões de dólares em 2016, 20% mais baixo que no mesmo período do ano anterior. Os tempos áureos continuam distantes […]
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 19h03.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h56.
Quando o tradicional jornal americano The New York Times, fundado em 1851, divulga seus resultados anuais, como acontecerá hoje, é como se toda a imprensa sentasse no divã. A companhia deve apresentar um lucro de 37 milhões de dólares em 2016, 20% mais baixo que no mesmo período do ano anterior. Os tempos áureos continuam distantes – hoje a empresa vale 2,2 bilhões de dólares, apenas 25% do que valia em 2002, em seu ápice.
A saída? Para o NYT, é a relevância. Para cobrir o governo do novo presidente Donald Trump, o jornal anunciou que vai destacar 5 milhões de dólares. Em 2016, os jornalistas cobriram histórias em mais de 150 países, criando a maior rede de correspondentes do mundo. A redação tem mais jornalistas que sabem programar do que qualquer outra na imprensa americana.
Em 2015, o jornal atingiu a receita de 500 milhões de dólares puramente digitais – mais do que BuzzFeed, The Guardian e The Washington Post juntos. Mas o objetivo é chegar a ambiciosos 800 milhões de dólares em 2020. O jornal impresso conta com mais de 1 milhão de assinantes, junto a 1,5 milhão de pessoas que pagam pelo conteúdo online. O objetivo é dobrar o número de assinantes nos próximos três anos.
São 200 notícias publicadas todos os dias, mas o jornal chegou à conclusão de que boa parte delas não têm o devido impacto. O conteúdo online ainda não é tão interessante e interativo quanto poderia ser, e o impresso não está tendo a atenção que merece. A atual busca do The New York Times é por conteúdo atraente e útil, produzido por uma equipe diversa (prioridade número um da empresa), bem treinada e integrada.
Segundo o jornal admitiu num comunicado divulgado em janeiro, o governo Trump será um teste de fogo para seus jornalistas e para seu modelo de negócios. Os defensores da imprensa livre torcerão por seu sucesso como nunca.