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Novo presidente da Volkswagen quer priorizar novas formas de deslocamento

Herbert Diess prometeu continuar com as mudanças na empresa automobilística alemã e quer dar prioridades aos carros elétricos

Herbert Diess: Volkswagen tem 12 marcas, mas quer concentrar operações em seis delas e cria uma dedicada à China (Fabian Bimmer/Reuters)

Herbert Diess: Volkswagen tem 12 marcas, mas quer concentrar operações em seis delas e cria uma dedicada à China (Fabian Bimmer/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de abril de 2018 às 13h50.

O novo presidente da gigante automobilística alemã Volkswagen prometeu intensificar suas reformas para chegar ao grupo para a mobilidade do futuro e deixar para trás os estragos do "dieselgate", como ficou conhecido o escândalo de manipulação do nível de emissões poluentes de seus veículos.

"A ideia é aprofundar a mudança, e não uma revolução", anunciou Herbert Diess nesta sexta-feira em Wolfsburgo, em sua primeira entrevista coletiva.

Ele dirigia apenas a marca VW e agora assume uma empresa submergida em uma interminável crise de imagem desde que foi revelado, em 2015, que manipularam 11 milhões de veículos a diesel para ocultar o nível real de emissões contaminantes.

"Vamos dar prioridade aos (carros) elétricos, à digitalização e a novas formas de deslocamento. Também vamos continuar a mudança na cultura da empresa", prometeu o austríaco de 59 anos, que destacou um projeto de continuidade, em vez da ruptura com o passado.

Seu antecessor, Matthias Muller - que deixou a presidência nesta quinta-feira, embora sua saída fosse anunciada pela imprensa alemã há vários dias -, já tinha iniciado uma reestruturação maciça orientada para a redução de gastos. Muller continuará no grupo como conselheiro.

Diess não está na mira da Justiça, como Muller. O novo CEO trabalhava na BMW e chegou à VW logo antes de o escândalo explodir.

Desafio de reorganizar

Além da mudança de direção, a reorganização da VW será feita com uma modificação da própria estrutura deste império automotivo.

A empresa, com 12 marcas, concentrará operações em seis delas e criará uma entidade dedicada à China. Também vai preparar o lançamento de sua divisão de caminhões e ônibus na bolsa de valores.

A Volkswagen anunciou em paralelo uma parceria estratégica com a japonesa Hino Motors, subsidiária de sua concorrente histórica Toyota, para fortalecer a tecnologia que equipa suas concessionárias e preparar o sindicato antes do IPO, o que não será feito neste ano.

Automóveis elétricos e híbridos, digitalização, novos serviços de mobilidade: Diess, com reputação de poupador, deve organizar essa mudanças em momentos em que o futuro do diesel, produto estratégico, parece comprometido.

O grupo conseguiu, apesar de tudo, se manter em 2017 no primeiro lugar mundial, à frente da japonesa Toyota.

Com 11,35 bilhões de euros, seu lucro líquido se duplicou 2017 em relação aos 5,4 bilhões de euros de 2016. No ano do escândalo, o grupo relatou um prejuízo inédito de 1,6 bilhão de euros por gastos ligados ao "dieselgate".

Diess tem o apoio unânime dos principais acionistas, as famílias herdeiras Porsche-Piëch.

Como símbolo desta confiança, ele se torna diretor da marca VW, do grupo Volkswagen e de pesquisa e desenvolvimento, um campo de comando ainda mais amplo que o do "super-chefe" que era Martin Winterkorn, que deixou o cargo em 2015.

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