Cutrale: oferta da Cutrale-Safra, em dinheiro, é 1 dólar por ação superior à proposta anterior (Marcos Issa/Bloomberg/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 12h34.
São Paulo - O grupo formado pela produtora brasileira de suco de laranja Cutrale e o banco Safra elevou sua oferta para adquirir a distribuidora de frutas Chiquita, dos Estados Unidos, para 14 dólares por ação em dinheiro, segundo comunicado divulgado pelo Cutrale-Safra nesta quarta-feira.
As empresas, que estão envolvidas numa disputa pelo controle da Chiquita, que negocia também uma fusão com a irlandesa Fyffes, afirmaram que a proposta é "definitiva".
A oferta da Cutrale-Safra, em dinheiro, é 1 dólar por ação superior à proposta anterior, feita em agosto.
A proposta melhorada avalia a Chiquita em cerca de 658 milhões de dólares, ou o equivalente a 12,4 vezes os lucros anuais antes de juros, impostos, depreciação e amortização, acrescentou o comunicado.
Se a oferta hostil for bem-sucedida, ela transformará os bilionários Joseph Safra e José Luis Cutrale nos reis de produtos de café da manhã, controlando uma parte considerável do comércio mundial de frutas tropicais e aumentando seu poder de negociação com supermercados. A Chiquita havia concordado em março em realizar uma fusão com a Fyffes para criar o maior fornecedor mundial de banana.
A nova oferta da Cutrale-Safra representa um prêmio de cerca de 40 por cento sobre o preço de 10,06 dólares do fechamento da ação da Chiquita em 8 de agosto. Também é 19 por cento superior ao preço da Chiquita baseado nos termos revisados da negociação com a Fyffes.
A compra da Chiquita pela Cutrale e Safra será financiada com capital próprio, e a J. Safra Sarasin AG planeja fazer um leilão para 7,875 por cento das notas seniores da Chiquita com vencimento em 2021.
"Ao contrário da combinação proposta com Fyffes, a oferta superior de Cutrale-Safra dá aos acionistas da Chiquita completa certeza quanto ao valor de seus investimentos na Chiquita", acrescentou o comunicado.
As ações da Chiquita saltaram cerca de 4 por cento, para 13,69 dólares em Nova York, ampliando os ganhos acumulados nos últimos três meses para 23 por cento. O papel da Fyffes caiu 3,2 por cento.
Conhecido como um negociador duro para ativos bancários e imobiliários que compra, Joseph Safra, financista brasileiro com origem libanesa, banqueiro mais rico do mundo, tem encontrado dificuldades para convencer o conselho da Chiquita a aceitar a sua oferta associada à Cutrale, disseram à Reuters recentemente integrantes do setor bancário com conhecimento do assunto.
Isso ocorre em parte porque o potencial de redução de custos do negócio não está imediatamente claro para os investidores.
Esforços para obter comentários da Chiquita e da Fyffes não foram bem-sucedidos.