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Petrolíferas travam "briga de bar" por corte de custos

Demissões, adiamento de projetos, mudança de técnicas de perfuração e ajustes nos trabalhos terceirizados são as medidas encontradas pelas empresas


	Petróleo: demissões, adiamento de projetos, mudança de técnicas de perfuração e ajustes nos trabalhos terceirizados são as medidas encontradas pelas empresas
 (Divulgação)

Petróleo: demissões, adiamento de projetos, mudança de técnicas de perfuração e ajustes nos trabalhos terceirizados são as medidas encontradas pelas empresas (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2016 às 19h48.

Mad Dog, o projeto de perfuração da BP nas profundezas do Golfo do México, poderia ser a primeira evidência da guerra aos custos no setor petrolífero.

Quando a gigante britânica anunciou a segunda fase do projeto em 2011, a estimativa de custo era US$ 20 bilhões. No mês passado, depois de simplificar os planos e aproveitar a queda acentuada de preços de diversos itens, como aço e serviços de perfuração, o CEO Bob Dudley disse que poderia realizar o trabalho por US$ 9 bilhões.

Em todo o setor, as empresas cortaram as despesas com serra elétrica, reduzindo os gastos para o período de 2015 a 2020 em US$ 1 trilhão, por meio de demissões de funcionários, adiamento de projetos, mudança de técnicas de perfuração e ajustes nos trabalhos terceirizados, de acordo com a empresa de consultoria Wood Mackenzie.

Isso protegeu os negócios diante da queda de 60 por cento dos preços do petróleo desde 2014. Agora, as produtoras querem mostrar que podem fazer com que essas economias perdurem, mas os prestadores de serviços tentam reverter perdas.

Os custos do setor “podem ser o ponto decisivo dos próximos seis a 12 meses”, disse J. David Anderson, analista do Barclays em Nova York. “Quando se começa a expandir, a verdade é que são necessários mais serviços, e eles terão que vir a um preço mais elevado”.

A BP, com sede em Londres, espera que 75 por cento de suas reduções de custo se mantenham mesmo que a cotação do petróleo se recupere, disse Dudley aos investidores em julho.

Nos relatórios de resultados divulgados nos últimos 30 dias, as empresas dos EUA que perfuram xisto disseram que pelo menos metade de suas economias representam melhorias permanentes de eficiência.

Mas prestadores de serviços como a Schlumberger e a Halliburton, que realizam grande parte da perfuração e da fratura hidráulica em todo o planeta, contam outra história: podem ter reduzido as taxas para preservar os negócios durante a crise do petróleo, mas esses descontos foram temporários.

“As negociações de preço foram uma briga de bar”, disse Jeff Miller, presidente da Halliburton, com sede em Houston, em teleconferência no dia 20 de julho. “Mas acreditamos que os preços vão se recuperar”.

Decidir quem tem razão pode ter consequências significativas para o setor petrolífero e para a economia como um todo.

“Muitas das medidas que tomamos foram o tipo de coisa que podemos chamar de autoajuda, e modificamos o modo como trabalhamos”, disse Stephen Riney, diretor financeiro da Apache, exploradora de petróleo com sede em Houston. “Essas são coisas que não dependem dos preços praticados por terceiros”.

Embora o setor tenha se tornado mais eficiente, é provável que tenha que devolver a maior parte dos ganhos, disse Pritesh Patel, responsável pela área de exploração de petróleo da empresa de pesquisa IHS Markit.

Cerca de metade do recuo ocorreu porque a valorização do dólar reduziu o preço relativo das matérias-primas e da mão-de-obra, disse Patel. Os descontos concedidos por terceirizados abarcaram grande parte do restante, disse ele.

As produtoras terão sorte se conseguirem manter um terço das reduções de custo, projetou Patel.

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