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O trabalho hercúleo para alimentar os atletas na Olimpíada

Serão mais de 200 toneladas de alimentos todos os dias, como 100 mil pães, 150 mil litros de leite e 700 mil doses de café

Olimpíada: (Reuters/Ricardo Moraes)

Olimpíada: (Reuters/Ricardo Moraes)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 29 de julho de 2016 às 10h37.

São Paulo – Alimentar os mais de 10.000 atletas e suas delegações na Olimpíada 2016 será um trabalho digno de Hércules.

Serão mais de 200 toneladas de alimentos todos os dias. Fazem parte do cardápio 100 mil pães, 150 mil litros de leite, 700 mil doses de café, uma tonelada de carne branca, uma de carne vermelha e uma tonelada e meia de arroz, além de 3 mil pizzas diariamente.

Ao final dos Jogos, terão sido consumidas 30 toneladas de folhagens e 120 toneladas de frutas.

A responsável por preparar toda essa comida é a Sapore, companhia brasileira de restaurantes corporativos.

Ela foi escolhida pelo Comitê Olímpico Brasileiro e Internacional principalmente por sua atuação na Copa do Mundo. Ela foi a responsável por toda alimentação feita nos estádios brasileiros.

“Tivemos a experiência real de um megaevento no Brasil. Ainda que o volume da Olimpíada seja maior, a logística da Copa era muito mais complexa, pois os estádios estavam espalhados pelo país”, diz Daniel Mendez fundador e presidente da Sapore.

Cerca de 2.500 funcionários manterão os restaurantes abertos 24 horas por dia.

A empresa precisa ter o dobro de pessoas em relação aos postos de trabalho por conta das desistências que podem ocorrer até o evento. Os contratados estão sendo preparados para evitar possíveis conflitos culturais.

O McDonald's é outra empresa que terá um restaurante na Vila Olímpica, além do maior quiosque de sobremesas do mundo. Leia mais aqui

Legado internacional

Os Jogos deverão render faturamento de R$ 200 milhões para a Sapore. Como comparação, o faturamento total da empresa esperado para 2016 é de R4 1,8 bilhão.

Mais do que a receita, no entanto, o maior legado para a companhia é a chance de servir pessoas de todo o mundo, diz o presidente.

Mendez acredita que isso poderá ajudar a empresa a melhorar seus processos voltados a eventos e impulsionar a empresa a se expandir internacionalmente.

Ela já tem escritórios na Colômbia e no México e planeja chegar a mais dois países da América Latina no próximo ano.

A Sapore atende mais de mil clientes corporativos e serve 1 milhão de refeições por dia.

Culinária mundial

Dentro da Vila Olímpica haverá cinco restaurantes diferentes: um com comidas cruas e leves, um dedicado a pizza e massas, de comida brasileira, menu internacional e comida asiática.

Haverá também refeições kosher, preparadas segundo a cultura judaica, e alimentos halal, de acordo com os costumes islâmicos.

A diversidade é chave para alimentar atletas de 200 países diferentes. A Sapore destinou para a Olimpíada chefs de cozinha que já têm experiência com esses menus.

Os milhares de toneladas de alimentos virão de 6.000 fornecedores certificados, que já atendiam os clientes corporativos.

O único ingrediente que precisou ser importado é uma folhagem parecida com a acelga, típica da culinária coreana e que não era produzida no Brasil em volume suficiente.

Tecnologia na ponta da faca

Para garantir qualidade e frescor para tantos alimentos, a empresa irá monitorar a temperatura de 345 eletrodomésticos como fornos e geladeiras.

As refeições serão preparadas com uso de tecnologia em nuvem. Câmeras irão contar as pessoas que entram nos restaurantes, assim é possível mensurar quanto alimento ainda é preciso preparar.

A planilha de produção irá contabilizar quanto tempo demora para preparar cada prato e irá oferecer dados sobre o que deve ser preparado no dia seguinte, levando em conta o número de atletas que estarão na Vila Olímpica.

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