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Nippon diz que novo presidente da Usiminas favorece Ternium

Nippon Steel afirmou em carta que suspeita que novo presidente da Usiminas, Sérgio Leite, administra a empresa sob instrução da Ternium


	Nippon Steel: japoneses se sentiram traídos em várias situações envolvendo o Conselho, segundo carta publicada hoje
 (Jiji Press/AFP)

Nippon Steel: japoneses se sentiram traídos em várias situações envolvendo o Conselho, segundo carta publicada hoje (Jiji Press/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 11h56.

São Paulo - A Nippon Steel afirmou, em carta publicada nesta terça-feira, 5, na imprensa, que suspeita que o novo presidente da Usiminas, eleito em maio em substituição de Rômel de Souza, administra a companhia sob instrução da Ternium, companhia argentina que controla, juntamente com a japonesa, a siderúrgica mineira.

"Imediatamente após a eleição de Sergio Leite como diretor-presidente da Usiminas, algumas mudanças relevantes e curiosas foram feitas no âmbito de executivos seniores da Usiminas", de acordo com a carta.

A Nippon Steel destaca que gestores que haviam dado apoio a Rômel de Souza, assim como aqueles que trabalharam na auditoria interna que culminou na demissão dos três diretores indicados pela Ternium na Usiminas, incluindo o até então presidente, Julián Eguren, foram demitidos "sem qualquer motivo razoável".

Os três executivos foram afastados da Usiminas em setembro de 2014, após uma reunião do Conselho de Administração da empresa que rachou o colegiado e tornou pública a disputa societária entre os controladores da Usiminas, que se desenrola até hoje, mesmo diante da crise financeira que atravessa a empresa.

A companhia japonesa questiona ainda a eleição que substituiu Rômel na presidência da companhia. "É também incompreensível que Luiz Carlos Miranda, que foi eleito para o Conselho de Administração da Usiminas como representante dos empregados e aposentados, tenha concordado em substituir Rômel em 25 de maio", afirma.

Para a empresa japonesa, Miranda mudou "completamente de opinião" sobre o caso e acredita que "tal súbita traição é inexplicável". Antes de assumir a presidência, Sérgio Leite ocupa o cargo de diretor vice-presidente comercial da Usiminas.

Ainda na carta, a Nippon Steel defendeu a gestão de Souza, que ficou do fim de setembro de 2014 a maio deste ano no cargo.

"Apesar dos melhores esforços do diretor-presidente Rômel em adotar todas as medidas possíveis para a defesa da Usiminas, infelizmente a situação econômica crítica do setor, especialmente no Brasil, levou a empresa a uma grave escassez de caixa no início deste ano".

A Nippon acusa a Ternium de ter espalhado boatos junto a instituições financeiras de que a Usiminas estaria "à beira da falência e anunciou que não iria apoiar financeiramente a empresa, sendo contrária a ideia de um aumento da capital na siderúrgica".

Em maio a Ternium anunciou sua participação no aumento de capital, com a subscrição de R$ 193,5 milhões em ações. O aumento de capital da Usiminas, realizada para dar um fôlego de curto prazo para a empresa, é de R$ 1 bilhão.

A saída de Souza, de acordo com o entendimento da Nippon, ocorreu quando os resultados positivos de seus esforços estavam próximos e foi "ilegal".

A companhia japonesa, inclusive, briga na justiça contra a eleição de Sergio Leite, alegando que houve quebra do acordo de acionistas para tal movimento.

Na eleição, os três conselheiros indicados pela Nippon votaram contra a eleição de Sergio Leite, em substituição de Rômel. Os três conselheiros indicados pela Ternium se colocaram favoravelmente, além dos apontados pelo banco BTG Pactual, pela Previdência Usiminas e pelos trabalhadores.

Além de Ternium e Nippon Steel, a Previdência Usiminas também faz parte do bloco de controle da Usiminas.

Em setembro de 2014, quando Eguren foi afastado da presidência, seu nome também não foi consenso no bloco de controle.

Procurada a Ternium não comentou o caso.

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