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Lucro da Petrobras recua 39% com defasagem de preços

Estatal foi afetada por prejuízos na área de Abastecimento. Segundo presidente, empresa busca a convergência de preços e aumentará a produção de petróleo e gás


	Plataforma de petróleo da Petrobras: de acordo com presidente, estatal busca aumentar produção de petróleo e gás
 (Divulgação/Petrobras)

Plataforma de petróleo da Petrobras: de acordo com presidente, estatal busca aumentar produção de petróleo e gás (Divulgação/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2013 às 10h08.

Rio de Janeiro - A Petrobras registrou lucro líquido de 3,395 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 39 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, sendo afetada mais uma vez pelo prejuízo na área de Abastecimento.

O resultado divulgado nesta sexta-feira veio abaixo da expectativa média de analistas ouvidos pela Reuters, de 5,84 bilhões de reais, com o impacto negativo da defasagem de preços de combustíveis em relação aos valores internacionais e por conta do dólar mais forte, que também encareceu as importações.

Na comparação com o segundo trimestre, o lucro recuou 45 por cento.

"Ainda que tenhamos tido quatro reajustes de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9 por cento e 14,9 por cento de aumento, respectivamente, a forte depreciação do Real verificada desde maio de 2013, chegando a 22 por cento de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em nota.

Mas a executiva reafirmou que a empresa busca a convergência de preços, ao mesmo tempo em que prevê aumentar a produção de petróleo e gás.

A estatal informou nesta sexta-feira que apresentou ao Conselho de Administração uma nova política de preços de combustíveis pela qual buscará ter maior previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina com os valores praticados no exterior. Detalhes não foram revelados.


"Estamos implantando os projetos de desenvolvimento da produção os quais aumentarão nossa entrega de petróleo e gás, trazendo a devida elevação da geração operacional de caixa, somando a esta o efeito positivo da convergência de preços que buscamos", disse a presidente.

"Assim planejamos reduzir, ao longo dos próximos meses, os indicadores de alavancagem e endividamento".

DÍVIDA CRESCE

Outra preocupação apontada por analistas, além da defasagem de preços, a alavancagem da estatal voltou a subir. A relação dívida/patrimônio líquido subiu de 31 por cento, em 31 de dezembro de 2012, para 36 por cento em 30 de setembro.

O endividamento total da petroleira, por sua vez, disparou 28 por cento em 2013, passando de 196,3 bilhões de reais em 31 de dezembro do ano passado para 250,8 bilhões de reais em 30 de setembro.

A dívida de curto prazo da companhia cresceu 19 por cento neste período, para 18,1 bilhões de reais.

A revisão do rating da Petrobras para baixo pela agência de classificação Moody´s reflete a alavancagem financeira e a expectativa de fluxo de caixa negativo nos próximos anos, lembrou a própria executiva na nota.

Mas, segunda Graça Foster, o robusto plano de investimentos para implantar projetos, sobretudo do pré-sal, promoverão "a devida elevação de caixa operacional."



PERDAS NO ABASTECIMENTO 

A divisão de Abastecimento da Petrobras registrou perdas de 5,52 bilhões de reais no terceiro trimestre, contra prejuízo de 5,65 bilhões de reais no mesmo período do ano passado, numa situação de defasagem entre os valores internos e externos.

A Petrobras disse que o consumo recorde de diesel no país provocou a disparada nas compras externas, elevando o saldo negativo entre importações e exportações de petróleo e combustíveis para 425 mil barris por dia, um volume bem acima do déficit de 271 mil barris verificado no mesmo período do ano passado.

As importações de derivados da Petrobras dispararam 89 por cento no terceiro trimestre em comparação ao trimestre anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, indicador do desempenho operacional, somou 13,09 bilhões de reais, ante 14,37 bilhões de reais um ano antes.

PRODUÇÃO E RECEITA

Já a produção da Petrobras ficou praticamente no mesmo patamar do realizado no segundo trimestre, com a extração de petróleo e gás de 2,52 milhões de barris por dia.


Entre os motivos que impediram a estatal de alcançar melhores níveis de produção, Graça Foster citou o adiamento do início de operação da P-63 de 15 de julho para 31 de outubro e nove meses de atraso da empresa norueguesa Subsea 7 na entrega de sistemas para o FPSO Cidade de São Paulo.

A receita de vendas da estatal somou 77,7 bilhões de reais, contra 73,79 bilhões no mesmo período do ano passado.

As vendas de derivados no trimestre somaram 2,422 milhões de barris diários, ante volume de 2,350 milhões de barris um ano antes.

INVESTIMENTO E VENDAS DE ATIVOS

No ano até o final de setembro, os investimentos da Petrobras somaram 69,263 bilhões de reais, quantia 16 por cento maior que a executada no mesmo período de 2012.

A presidente da Petrobras também destacou a continuidade de programas para redução de custos, e disse que a estatal realizou desinvestimentos de 4,8 bilhões de dólares neste ano.

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