"Nossa quase Vale está ficando de pé", diz Eike Batista
Para alcançar a capacidade de 130 milhões de toneladas até 2015 -- quase 15 vezes a atual -- empresário investirá em aquisições no quadrilátero ferrífero
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
São Paulo - O acordo entre a MMX com a sul-coreana SK Networks, anunciado nesta segunda-feira (13), é o primeiro passo para turbinar a subsidiária de mineração do Grupo EBX. "Nossa quase Vale está ficando de pé", disse Eike Batista, controlador do grupo, em teleconferência com jornalistas. O empresário afirmou que o quarto maior grupo da Coreia do Sul o procurou para negociações.
Até 2015, a MMX pretende atingir a marca de 130 milhões de toneladas produzidas por ano -- a Vale produz cerca de 237,9 milhões. Para isso, Eike afirmou que investirá em aquisições, principalmente na região do quadrilátero ferrífero, em Minas Gerais, onde a MMX Sudeste tem a unidade de Serra Azul, formada pelas minas Tico-Tico e Ipê. A outra unidade, Bom Sucesso, fica no município de mesmo nome. Atualmente a MMX Sudeste possui capacidade instalada de produção de 8,7 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. "Mas o Brasil todo me interessa", disse Eike. "Temos negociações em todos os estágios: inicial, intermediário e avançado."
Pelo acordo, a SK Networks comprará 700 milhões de dólares em novas ações da mineradora de Eike que fará uma oferta pública de permuta para comprar 100% da LLX Sudeste, dona do Porto, por 2,3 bilhões de reais. A transação prevê a emissão de 2,2 bilhões de dólares em novas ações ordinárias a 13,963 reais cada. A MMX utilizará parte do valor para bancar novas aquisições e, assim, tentar chegar próximo a Vale.
Novo nome
Atualmente, o Superporto do Sudeste é 70% controlado pela LLX, e o restante pela Centennial Asset Mining Fund, que vai incorporar o ativo e terá seu nome alterado para PortX Operações Portuárias S.A. A nova empresa será comprada pela MMX, e seus acionistas receberão 1,796 bilhão de dólares em debêntures participativas e cerca de 504 milhões de dólares, que poderão ser pagos em ações da MMX, precificadas a 13,963 reais cada ou em dinheiro.
As debêntures serão perpétuas, não conversíveis, e vão remunerar os acionistas da PortX em 5 dólares por tonelada de minério de ferro carregado no porto. A previsão é de escoar 50 milhões de toneladas escoadas no porto da LLX Sudeste a partir de 2012. O objetivo é dobrar essa capacidade -- o que resultaria em 500 milhões de dólares para os acionistas. A divisão de ações da MMX será de 35% para o Grupo EBX, 11% para a sul-coreana SK Networks, 20% para a parceira chinesa Wisco, e os 34% restantes ficam para o mercado. A SK ficará com 50% da mina do Chile, que terá capacidade de produção de 10 milhões de toneladas anuais.
Questionado sobre o fato de a operação ter, como objetivo, reverter os resultados negativos da MMX, Roger Downey, presidente e diretor de relações com investidores, negou. "Já revertemos os prejuízos. Hoje contamos com uma dívida líquida de 100.000 reais apenas", diz. A LLX registrou prejuízo líquido de 5,4 milhões de reais no segundo trimestre de 2010 -- no mesmo período de 2009 a empresa havia registrado lucro de 50,8 milhões de reais, aproximadamente. O resultado financeiro consolidado da LLX no trimestre foi de 13,8 milhões de reais - no mesmo trimestre de 2009 havia sido de 83 milhões de reais, aproximadamente, valor 83% superior ao atual.
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