O HackTown vai reunir cerca de 1000 atividades e tem um público estimado em mais de 30 mil pessoas (HackTown/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 10h26.
Na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, universidades, escolas públicas, restaurantes, auditórios, teatros e botecos estão no epicentro da oitava edição do HackTown. Com um modelo descentralizado, o festival de inovação começa nesta quinta, 1º, e segue até domingo, 4.
Na programação, mais de 1000 atividades para um público estimado em mais de 30 mil pessoas. Criado em 2016, o HackTown mistura nas conversas pautas que transitam por tecnologia, inovação, negócios, cultura independente e entretenimento.
“O que nós tentamos fazer é com que o plano A de todo mundo que vem para cá caia e que as pessoas estabeleçam novas conexões”, afirma João Rubens, cofundador do festival e Head de Parcerias.
Parece que tem dado certo. De um pequeno grupo de 700 pessoas em sua primeira edição em 2016, o HackTown saltou para 30 mil nos últimos anos. Tem atraído também marcas conhecidas, como 3M, Banco do Brasil, BEES, Cemig, Claro, Garagem Unilever, Globo e Nestlé.
O modelo se conecta com uma cidade que respira tecnologia e inovação há muitas décadas - e tudo isso graças a uma mulher. Luzia Rennó Moreira - ou Sinhá Moreira, como ficou conhecida - criou na cidade a primeira escola técnica de eletrônica no nível da educação média da América Latina, em 1959, a ETE FMC.
Nascida em Santa Rita em 1907, Sinhá era sobrinha de Delfim Moreira, presidente da República entre 1918 e 1919. Ela cresceu desfrutando de boa base escolar. Casada aos 22 anos com um primo diplomata, escolhido pelos pais, Sinhá passou mais de uma década fora do país, período em que conheceu diversos países.
Ao retornar ao Brasil, ela tinha a certeza que a eletrônica guiaria os próximos passos do mundo e que Santa Rita precisaria estar inserida neste contexto. Para transformar o desejo de criar uma escola de eletrônica em realidade, Moreira moveu de professores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) ao governo federal, que acabou por financiar a obra em terreno que ela havia cedido.
Daí, o fato de Santa Rita do Sapucaí ser conhecida como “Vale da Eletrônica”. A cidade reúne diversos centros de educação em tecnologia e incubadoras. De acordo com dados do município, são mais de 150 empresas de base tecnológica, entre elas 50 startups, que movimentam mais de R$ 3,2 bilhões por ano.
Na estratégia de fomentar a mistura e conexão entre diferentes ecossistemas, a programação deste ano procurou trazer profissionais latino-americanos ou de empresas de fora com presença no Brasil. A ideia passa por estimular conversas sobre inovação, negócios e cultura na região.
"Todo ano, nós buscamos inspirações para o festival, vendo lugares onde as tendências estão nascendo. Nessas reflexões, veio muito esse senso de pertencimento e de entender que nós, mais do que brasileiros, somos latino-americanos", diz Carlos Henrique Vilela, co-fundador e Head de Conteúdo do HackTown.
"E esse movimento está muito presente tamém nas organizações, com algumas operando a partir daqui e algumas de outros países. Isso fez muito sentido e optamos por esta proposta".
A programação recebe ainda: