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Nissan reafirma que pretende manter a aliança com a Renault

O comunicado serviu como resposta a uma reportagem publicada na segunda, que indicava o fim da parceria entre as marcas

Nissan: empresa tem enfrentado resultados financeiros complicados e ainda se viu em meio à prisão do antigo presidente, Carlos Ghosn (foto/Reuters)
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AFP

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 12h08.

A Nissan não pretende dissolver sua aliança com a Renault e a Mitsubishi Motors. Foi o que assegurou nesta terça-feira (14) a fabricante japonesa, em um comunicado, em resposta a informações publicadas na segunda (13) pela imprensa.

"Essa aliança é a razão da competitividade da Nissan. Com essa aliança, que busca gerar crescimento estável e de longo prazo, a Nissan continuará obtendo resultados positivos" para as três empresas, afirmou o grupo.

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Pouco antes, uma fonte próxima ao grupo japonês também negou à AFP as informações publicadas pelo Financial Times a esse respeito e considerou que eram provenientes de "pessoas insatisfeitas" dentro do grupo que "desejam espalhar sua frustração".

Mas restaurar a confiança entre os dois grupos "levará tempo", mesmo que seus líderes estejam convencidos de que, sem essa aliança, as duas empresas não vão a lugar algum, disse esta fonte interna.

 

Na semana passada, durante uma coletiva de imprensa em Beirute após sua fuga do Japão, onde ele é acusado de desfalques financeiros, o ex-presidente do grupo, Carlos Ghosn, fez uma espécie de ajuste de contas com seus sucessores e afirmou que "já não havia mais aliança Renault-Nissan".

"A aliança Renault-Nissan não está morta! Em breve provaremos", reagiu nesta terça-feira seu presidente, Jean-Dominique Senard, em entrevista ao jornal belga L'Echo.

"A aliança não está nesse ponto. Estamos recriando seu espírito original. O conselho do grupo que presido é de qualidade excepcional. Nunca vi uma relação cordial tão boa entre os diferentes líderes de nossos três grupos [Renault, Nissan e Mitsubishi] para avançar nadireção certa", acrescentou.

"Nenhum diretor de nossos três grupos duvida da utilidade fundamental dessa aliança. Não temos escolha. Temos que alcançá-la", insistiu.

Segundo o presidente, neste momento, "estão previstos investimentos consideráveis para explorar as tecnologias do futuro", devido a uma indústria automobilística em plena mutação que só reforça a aliança.

"O que foi escrito não tem ligação com a realidade atual da aliança. Eu me pergunto sobre a origem dessa informação. Não tenho certeza de sua boa intenção", disse ao jornal belga.

Nissan e Renault tentam acabar com a era Ghosn, cuja prisão e acusação no Japão no final de 2018 paralisaram sua aliança.

Embora a Renault ainda não tenha nomeado um sucessor, Thierry Bolloré, a Nissan tem desde dezembro um novo CEO, Makoto Uchida, e um novo diretor de operações, Ashwani Gupta, duas pessoas claramente a favor da aliança.

No entanto, no final de dezembro, o número três da Nissan, Jun Seki, mais desconfiado dessa aliança, apresentou sua demissão, o que sugere possíveis divisões internas no grupo japonês.

Esses rumores publicados pelo Financial Times sobre o fim da aliança Nissan-Renault tiveram um impacto nas ações dos dois grupos. Na segunda-feira, a ação da Renault perdeu 2,82% na bolsa de Paris. Nesta terça, a ação da Nissan caía 2,96% na bolsa de Tóquio.

A Nissan realiza nesta terça seu conselho de administração em sua sede em Yokohama.

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