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Ninguém consegue crescer como a gente, diz rede de farmácias RD

"Sou muito cético quando vejo expansão orgânica acelerada, fora da nossa casa", afirmou presidente

Droga Raia da Av. São Gabriel, 281 - Jardim Paulista

Foto: 
16/06/15 (Leandro Fonseca/Exame)

Droga Raia da Av. São Gabriel, 281 - Jardim Paulista Foto: 16/06/15 (Leandro Fonseca/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 14h17.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2018 às 14h39.

São Paulo – Com 210 lojas abertas em 2017, a RD, ex-RaiaDrogasil, está com o pé no acelerador. A previsão é de inaugurar mais 240 este ano e o mesmo número em 2019.

"2017 foi o melhor ano para a empresa, mesmo com dificuldades. Estamos crescendo com sabedoria e eficiência", afirmou Marcílio Pousada, presidente da RD, durante teleconferência com analistas sobre os resultados anuais da companhia.

Apesar do apetite pela expansão, a RD afirma que as aberturas de novas lojas são feitas de forma a não impactar a produtividade das unidades já existentes.

Por isso, um dos indicadores importantes para a companhia é a eficiência das lojas. Desde a fusão da Raia e da Drogasil, em 2011, a receita cresceu de 4,77 bilhões, com 778 lojas para 13,85 bilhões, em 2017, com 1610 unidades. É a maior receita por loja do mercado, de acordo com dados da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).

Assim, Pousada vê a expansão da concorrência com desconfiança. "Sou muito cético quando vejo abertura orgânica acelerada, fora da nossa casa", afirmou ele.

Para ele, não vale a pena abrir lojas e ganhar mercado e sacrificar as vendas por loja, que é um índice de eficiência, e a margem bruta. “Nenhum player expandiu da mesma forma, diminuíram as vendas por loja”, disse Pousada.

Com a expansão, a receita bruta cresceu 17,1%, e alcançou 13,9 bilhões de reais. Na base de comparação de lojas abertas há pelo menos 12 meses, o crescimento foi de 7,2%. Já o lucro líquido aumentou 12,3%, para quase meio bilhão de reais.

Apesar dos números majoritariamente positivos, a margem bruta, a relação entre receita bruta e lucro bruto, caiu 0,8 pontos, para 28,8%. A queda foi em cima de um ano muito forte: em 2016, os preços de medicamentos subiram muito, enquanto em 2017 a inflação foi menor.

Nos últimos anos, a participação de mercado da rede também cresceu, de 8,9% em 2011 para 11,2% em 2016 e 11,9% em 2017. Para Eugênio De Zagottis, diretor de planejamento corporativo e de relações com investidores, a força da empresa está em sua maturidade.

Ele acredita que a presença forte no sudeste, por exemplo, dá à RD mais força para manter o crescimento, apesar da agressividade de concorrentes. A empresa ressalta ainda que 64,4% das lojas já estão maduras, abertas há mais de três anos, o que não seria o caso de alguns competidores.

Além de reforçar a posição em mercados em que já atua há mais tempo, a rede de farmácias também quer ampliar sua atuação em regiões mais novas, como o Norte e Nordeste. Pará e Maranhão são dois estados em que ela pretende estrear em 2018.

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