Nike decora os uniformes do Brasil e da França, times favoritos em sites de apostas para vencer a Copa 2018, e da Croácia (Nike/Divulgação)
Reuters
Publicado em 3 de julho de 2018 às 18h12.
Em uma Copa do Mundo repleta de surpresas, a Nike parece estar no caminho de derrotar a gigante do futebol e arquirrival Adidas na disputa de patrocínio de uniformes.
As duas marcas possuem três times cada jogando em seus uniformes nas quartas de final, com um jogo ainda a ser jogado para estabelecer as últimas oito equipes. Mas o símbolo da Nike decora os uniformes do Brasil e da França, times favoritos em sites de apostas para vencer a Copa do Mundo, e da Croácia.
A alemã Adidas possui Bélgica, Rússia e Suécia nas quartas de final e a partida desta terça-feira entre a Colômbia, patrocinada pela Adidas, e a Inglaterra, pela Nike, irá decidir o participante final das quartas. A Puma fecha o grupo como patrocinadora da seleção uruguaia.
"Embora a Adidas domine as ligas europeias e a liga profissional dos Estados Unidos, certamente qualquer fatia de mercado que a Nike conseguir em um esporte que não é tradicional nos EUA pode somente ser bom para preços de ações e da marca", disse Jake Dollarhide, CEO da Longbow ASSET Management em Tulsa, Oklahoma.
Fabricantes de materiais esportivos tipicamente vendem o grosso de seus itens para torcedores antes do começo da Copa do Mundo, mas um sucesso em campo de uma equipe pode gerar demanda extra por itens com seus emblemas e cores.
A Nike, sediada nos EUA, patrocinou mais equipes do que a Adidas pela primeira vez na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. A Adidas revidou neste ano, patrocinando 12 das 32 seleções participantes, incluindo as favoritas Alemanha e Espanha, junto à anfitriã Rússia.
A Nike forneceu uniformes para 10 países neste ano.
O torneio teve uma virada desastrosa para a Adidas na última quarta-feira, com a surpreendente eliminação da Alemanha, campeã de 2014. Ações da Adidas, patrocinadora da seleção alemã, caíram 2,7% no pregão seguinte.
Em 2014, a Alemanha representou um terço dos quase 9 milhões de uniformes vendidos pela Adidas, escreveu o analista Christopher Svezia, da Wedbush, em nota recente aos clientes, com um aumento de 10% destas vendas resultando da vitória da Alemanha na competição.
No fim de semana, as seleções da Argentina e Espanha, ambas entre as favoritas e patrocinadas pela Adidas, foram eliminadas. O México, também de uniforme da Adidas, perdeu para o Brasil, patrocinado pela Nike, na segunda-feira.
Para esta Copa do Mundo, a Adidas minimizou seu possível efeito em vendas, apontando para a economia morna da Rússia.
Mas a Copa do Mundo permanece uma grande oportunidade de marketing para a Adidas, que é uma das sete parceiras da Fifa e fornecedora da bola oficial da Copa do Mundo desde 1970.
Assim como os uniformes, patrocínios dos principais jogadores é crítico para a divulgação de chuteiras. Antes da Copa do Mundo, a Nike esperava que 60% dos jogadores indo à Rússia usassem seus calçados.
Desde o começo da Copa do Mundo, em 14 de junho, as ações da Nike subiram 3%, ajudadas em grande parte por um forte balanço trimestral e perspectivas de venda na quinta-feira. A Adidas perdeu cerca de 5%.