Negócios

Neymar será julgado por suposta fraude em contrato com Barcelona

No caso, que tramita na Espanha, também serão processados o atual presidente do clube e seu antecessor

Neymar: o julgamento foi aberto por supostos delitos de corrupção nos negócios e fraude (Mike Hewitt/Getty Images)

Neymar: o julgamento foi aberto por supostos delitos de corrupção nos negócios e fraude (Mike Hewitt/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de maio de 2017 às 11h36.

Última atualização em 4 de maio de 2017 às 14h01.

Madri - O juiz da Audiência Nacional Espanhola, José de la Mata, anunciou nesta quinta-feira que Neymar, seus pais, o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e o seu antecessor no cargo, Sandro Rosell, o próprio clube catalão e o Santos, além de outras duas pessoas envolvidas na polêmica transferência do atacante para o time espanhol, em 2013, serão julgados judicialmente sob acusação de terem praticados crimes de corrupção e fraude na milionária transação.

Para completar, o magistrado determinou, em seu despacho desta quinta, o pagamento de uma fiança de pouco mais de 3,4 milhões de euros (cerca de R$ 11,6 milhões) a ser quitada em conjunto por Rosell, Bartomeu, pelo ex-presidente do Santos Odílio Rodríguez, além do próprio clube brasileiro e o Barcelona.

Em comunicado divulgado nesta quinta, a Audiência Nacional Espanhola informou que José de la Mata fixou a indenização apoiado na acusação do Ministério Público do país, segundo o qual o fundo DIS recebeu 40% do 17,1 milhões de euros anunciados inicialmente como preço da transferência. Ou seja, 6,8 milhões de euros.

Os 40%, no caso, eram referentes à porcentagem que o grupo DIS tinha a receber quando detinha esta fatia dos direitos econômicos do jogador. O grupo, porém, alegou que os valores da negociação foram bem maiores do que os anunciados oficialmente e acionou a Justiça para receber as cifras que diz ainda serem devidas ao fundo de investimentos.

Para determinar esta fiança, cujo valor exato foi de 3.429.768,00 de euros, o juiz do caso considerou que o montante da transferência de Neymar do Santos ao Barcelona subiu para 25.171.000,00 de euros. E José de la Mata concluiu, portanto, que o grupo DIS tem a receber um valor total de 10.068.400,00 euros pelos 40% que detinha sobre os direitos econômicos do atleta.

O despacho desta quinta-feira também informou que todos os processados serão notificados por escrito e, partir do recebimento deste aviso judicial, terão dez dias para formular as suas respectivas defesas.

A enorme polêmica que envolve a contratação de Neymar pelo Barça começou quando a Justiça espanhola descobriu que a transferência do jogador envolveu uma cifra de ao menos 83,3 milhões de euros.

Inicialmente, o clube catalão anunciou que a transação foi de 57,1 milhões de euros, sendo 40 milhões para a família do craque e 17,1 milhões para o Santos. E o grupo DIS acredita que o pai do atleta, Neymar da Silva Santos, ocultou, em conjunto com o Barcelona, valores do real montante da negociação.

O Barça acabou admitindo publicamente que omitiu valores da transação e o caso provocou a renúncia de Rosell da presidência do clube, que seria assumida em seguida por Bartomeu. As audiências nas quais os acusados serão ouvidos sob acusação de corrupção e fraude ainda não foram marcadas, o que deverá ocorrer em breve.

Acompanhe tudo sobre:Barcelona (Espanha)EspanhaFutebolJustiçaNeymar

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases