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Nextel vende operações México e se fortalece no Brasil

A operação foi anunciada em janeiro deste ano e faz parte de um processo de reestruturação da Nextel na América Latina

Nextel: a operação faz parte de um processo de reestruturação da Nextel na América Latina (Jay Mallin / Bloomberg News)

Karin Salomão

Publicado em 4 de maio de 2015 às 14h58.

São Paulo - A venda das operações da Nextel no México, controlada pela NII Holdings, foi concluída por US$ 1,875 bilhão para a AT&T.

A aquisição foi anunciada em janeiro deste ano e faz parte de um processo de reestruturação da Nextel na América Latina, depois que a sua controladora pediu proteção conta falência no ano passado.

Na ocasião, o presidente-executivo da empresa, Steve Shindler, disse ainda que a transação representa uma "oportunidade para redução do risco operacional, entregar valor aos acionistas e dar liquidez que nos permita sair da recuperação judicial com um balanço financeiro saudável".

A NII Holdings, controladora da Nextel na América Latina, pediu proteção contra falência nos Estados Unidos em setembro de 2014, em meio a dificuldades como uma dívida de 5,8 bilhões de dólares e concorrência acirrada no Brasil e no México.

Depois de deduzir o endividamento líquido pendente da Nextel México, a NII recebeu US$ 1,448 bilhão em lucro líquido.

Para a empresa, a “ transação foi concluída como um dos esforços de reestruturação mais amplos da dívida da NII”.

Uma parcela do lucro líquido será usada para apoiar as operações da Nextel no Brasil, e o restante será usado para pagar dívidas a credores selecionados.

"Essa venda representa um importante passo na direção de como pretendermos ressurgir da reorganização, como uma empresa mais forte, mais saudável e bem posicionada para competir no mercado brasileiro de serviços de telefonia móvel", afirma o presidente.

A venda também visa financiar o plano de negócios da Nextel no Brasil. Presente no Brasil desde 1997 a Nextel tem aproximadamente 4,5 mil colaboradores no país.

As operações brasileiras respondem por aproximadamente metade da receita do grupo e têm potencial de crescimento.

Em 2015, a Nextel Brasil espera aumentar os investimentos para R$ 1 bilhão, duas vezes mais do que o total aplicado em 2014.

"Esse acordo reforça nossa posição de liquidez, pois podemos perseguir oportunidades de crescimento no Brasil e gerar valor para nossos negócios no longo prazo", afirmou Shindler.

A AT&T planeja combinar a Nextel México com a Iusacell, comprada pela companhia norte-americana em novembro por 1,7 bilhão de dólares.

O centenário Grupo Espírito Santo, dono de empresas em diversos setores da economia portuguesa, teria ocultado das contas de 2012 dívidas de 1,2 bilhão de euros, segundo apurou uma auditoria no meio deste ano. O resultado foi a falência do Espirito Santo Financial Group, holding da família controlada, em outubro.
  • 2. Parceira da Apple

    2 /9(Reprodução / Apple)

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    Também em outubro, a GT Advanced Technologies, parceira da Apple em uma fábrica de vidro de safira no Arizona, entrou com pedido de proteção contra credores. A companhia sofreu um grande revés no mês passado quando seu vidro de safira, resistente a riscos, foi deixado de fora dos novos iPhones da Apple.
  • 3. Nextel

    3 /9(Jay Mallin / Bloomberg News)

  • A NII Holdings, dona da marca Nextel na América Latina, pediu proteção contra falência nos Estados Unidos. A competição mais acirrada no Brasil e México pesou na decisão, que vai permitir que a companhia reestruture sua dívida com credores ao torná-los acionistas.
  • 4. Banco BVA

    4 /9(Divulgação)

    Em setembro, o BVA entrou com pedido de falência junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. OBanco Central já havia decretado em junho do ano passado a liquidação extrajudicial do BVA, que estava sob intervenção da autoridade monetária desde outubro de 2012.Segundo o BVA, o pedido de falência foi protocolado pelo BACEN perante a Justiça de São Paulo e não pela própria instituição. “O Banco BVA questiona a ação do BACEN e a própria decisão falimentar em recurso interposto perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ainda não julgado”, argumenta o BVA por meio de nota.
  • 5. Donald Trump

    5 /9(Getty Images)

    A Trump Entertainment Resorts, de Donald Trump, vendeu um hotel cassino em Atlantic City, em Nova Jersey, para tentar quitar dívidas há cerca de dois anos. Sem sucesso, o grupo pediu proteção na Justiça americana para evitar a falência neste ano. A tentativa é a de salvar os imóveis do bilionário.
  • 6. Água de Cheiro

    6 /9(Germano Lüders/EXAME.com)

    No início de setembro foi a vez da rede de franquias Água de Cheiro entrar com pedido de recuperação judicial. A rede enfrenta há anos problemas para se consolidar no mercado. A disputa por espaço com Natura e O Boticário acabaram por fazer com que a dívida da companhia aumentasse nos últimos anos.
  • 7. Telexfree

    7 /9(Reprodução/Telexfree)

    Nos Estados Unidos, a TelexFree entrou, em abril, com um pedido de concordata na Justiça de Nevada. O pedido permite a reorganização e reestruturação das dívidas enquanto a companhia continua a operar seu negócio. Por aqui, as investigações sobre a empresa seguem em curso.
  • 8. Compañía Mexicana de Aviación

    8 /9(Getty Images)

    A Justiça do México decretou o estado de falência da Compañía Mexicana de Aviación três anos e sete meses depois da empersa ter deixado de operar. A quebra da companhia inclui a subsidiária Aerocaribe e a fábrica de manutenção da empresa, uma das maiores no continente.
  • 9. Agora, veja as empresas que se reestruturam

    9 /9(Divulgação/Assessoria de imprensa da Peugeot)

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