A NET já estuda alternativas para compensar a perda de receita decorrente da proibição da cobrança de pontos extras. Para atenuar o efeito da medida, a empresa - a maior operadora de TV por assinatura em número de clientes - deve reajustar os preços dos pacotes ou aumentar os valores de instalação e manutenção, segundo a corretora Brascan. O fim da cobrança deve provocar uma queda de 5% sobre a receita e de 20% sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No ano passado, o presidente da companhia, José Antônio Félix, afirmou que a operadora poderia perder até 250 milhões de reais de faturamento.

A proibição foi determinada pela Anatel nesta quinta-feira (16/04). Para atenuar as perdas, a empresa já vem implementando desde agosto do ano passado reajustes nos contratos de seus clientes, em torno de 6%. A Anatel, no entanto, vai monitorar as operadoras para evitar aumentos abusivos.

As corretoras Brascan e Ativa preveem um impacto negativo sobre a operadora. Segundo a Brascan o preço justo seria impactado em cerca de 24% - uma redução de 25,69 reais por ação para 19,46 reais. A Ativa afirma que a possibilidade do fim da cobrança vem sendo adiada há meses, mas soou como surpresa para as operadoras. Prova disso é a queda de 7,5% das ações da operadora.

A NET considerou ilegal a medida da Anatel e deverá entrar com recurso administrativo para manter a liminar que permite a continuidade da cobrança pelo ponto extra.
 

Às 13h24, as ações preferenciais da NET (NETC4, sem direito a voto) subiam 3,46%, negociadas a 15,83 reais. No mesmo instante, o Ibovespa registrava queda de 0,31%, aos 45.882 pontos.