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Nestlé acusa concorrentes de copiarem Nespresso

A companhia acredita a venda de cápsulas de café viola suas patentes sobre os produtos

Cafeteria Nespresso: Nestlé acusa concorrentes de copiarem cápsulas do produto (.)

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - A Nestlé está desencadeando uma guerra no mercado de café europeu contra o grupo americano Sara Lee e um ex-alto executivo da companhia suíça. A gigante de alimentação está acusando sua rival de fabricar cópias de suas cápsulas originais de café Nespresso a preços mais baratos, que violam a propriedade intelectual da companhia.

Até pouco tempo, as lucrativas cápsulas eram vendidas exclusivamente pela Nestlé, que lançou o produto como um expresso caseiro comparável aos produtos servidos em cafeterias. As informações são do jornal espanhol El País.

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O primeiro episódio judicial poderá começar no próximo mês em Paris, onde os concorrentes de Nespresso distribuem o produto em lojas de alimentação, com a intenção de abrir mercados nos Estados Unidos e Europa.

Quebra de patente

"Nestlé investiu milhões de euros no desenvolvimento e inovação do produto durante muitos anos", afirmou Richard Girardot, conselheiro da marca. "Quando alguém começa a vendê-lo como uma simples cópia, temos que proteger nossa criação".

Os concorrentes alegam que esta seria uma tentativa da Nestlé de impedi-los de entrar em dos segmentos que mais cresce na Europa. Apenas as cápsulas representam de 20% a 40% do valor de vendas de café moída de todo mercado europeu de café, que movimenta mais de 13 milhões de euros ao ano, segundo dados da Euromonitor Internacional.

"O que estão fazendo é a mesma coisa que fizeram com a Hewlett-Packard ou Epson com a proibição de cartuchos genéricos de tintas para impressoras", afirmou Jean-Paul Gaillard, que liderou o desenvolvimento da Nespresso por dez anos e agora é acusado pela Nestlé por desenvolver uma versão da cápsula biodegradável Ética Coffee Company. Estão tentando frear as cópias, mas nosso produto não é uma cópia", disse.

Lucro em pequenas cápsulas

O executivo defende que hoje as maiores margens do negócio de café está concentrada nas vendas de cápsulas, já que a empresa consegue com esse produto cinco vezes mais do que ganharia com a venda do café moído tradicional.

Nos últimos dez anos, as vendas do Nespresso cresceram 30% ao ano, desde que a Nestlé investiu em campanhas para converter a marca em um produto ideal para escritórios e para a correria das grandes cidades. Com mais de 200 lojas por todo o mundo e uma página na web, a marca Nespresso já vendeu mais de 20 bilhões de cápsulas desde que chegou ao mercado, no ano 2000.

A Nestlé possui hoje 1.700 patentes do produto - a maioria expira em 2012 - e trabalha para impedir que os competidores tenham acesso ao mercado de cápsulas de alumínio.

Mas a americana Sara Lee vende, desde meados de julho, sua própria versão das embalagens perfuradas, L'Or, nos supermercados franceses a 29 de centavos de euros cada uma - frente ao preço de até 49 centavos de euros das cápsulas Nespresso.

Até agora, a empresa que diz não violar a patente da Nestlé, já vendeu 30 milhões de unidades do produto. "A forma, tamanho, cor e material do nosso produto é diferente dos feitos pela Nestlé", disse Ernesto Duran, porta-voz de Sara Lee.

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