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Neoenergia melhora oferta pela Eletropaulo e pode pagar R$5,37 bi

Crescente briga entre as europeias pela Eletropaulo representa uma disputa pela liderança no mercado brasileiro de distribuição de eletricidade

Eletropaulo: espanhola Iberdrola, por meio da subsidiária brasileira Neonergia, elevou novamente sua oferta de aquisição da AES Eletropaulo (Marcos Issa/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 26 de abril de 2018 às 10h13.

São Paulo/Madri - A espanhola Iberdrola, por meio da subsidiária brasileira Neonergia , elevou novamente sua oferta de aquisição da Eletropaulo para 32,10 reais por ação, poucas horas depois de a italiana Enel também ter subido sua proposta pela empresa, em uma acirrada disputa pela maior distribuidora de energia do Brasil em termos de faturamento.

O lance da Neoenergia, na noite de quarta-feira, representaria um desembolso de até 5,37 bilhões de reais pela Eletropaulo, responsável pelo fornecimento na região metropolitana de São Paulo. A Enel ofereceu antes 32 reais por papel da elétrica, ou até 5,35 bilhões de reais.

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A crescente briga entre as europeias pela Eletropaulo representa uma disputa pela liderança no mercado brasileiro de distribuição de eletricidade, uma vez que Enel ou Iberdrola tomarão a ponta do setor caso sejam vitoriosas na aquisição da empresa paulista.

O primeiro posto no mercado de distribuição de energia local é ocupado atualmente pela CPFL, empresa comprada no ano passado pelo grupo chinês State Grid.

As ofertas de Neoenergia e Enel pela empresa serão submetidas aos acionistas um leilão agendado para 18 de maio na bolsa paulista B3, no qual elas ainda poderão fazer novos lances.

A disputa está confirmada após a Eletropaulo ter anunciado na quarta-feira o cancelamento de uma emissão primária em preparação pela companhia, de cerca de 1,5 bilhão de reais em ações, que seriam vendidas à Neoenergia em um acordo de investimento.

Clima quente

A Enel disse, ao apresentar sua última oferta, que deixaria a concorrência pela aquisição da Eletropaulo se a empresa seguisse adiante com a emissão primária.

Antes, a italiana havia chegado a publicar anúncio em jornais com críticas à intenção da Eletropaulo de vender a oferta primária à Neoenergia, o que segundo ela frustraria o processo competitivo pela compra da elétrica.

O ataque público da Enel gerou revolta e desconforto em executivos da Iberdrola e da Neoenergia, aumentando a tensão envolvida no negócio, conforme publicou a Reuters com informação de fontes nesta semana.

O clima tenso na guerra pela Eletropaulo, inclusive, já transcendeu o mercado brasileiro e está atingindo instâncias políticas de alto nível. A Iberdrola queixou-se de concorrência desleal perante as autoridades de concorrência e energia da União Europeia porque entende que não joga ao mesmo nível que a Enel, que tem o apoio do Estado italiano.

"Há provas claras de que a Enel está tomando decisões e posições de investimento que não seriam possíveis se não fosse uma empresa controlada e apoiada pelo Estado italiano que ainda goza de um status privilegiado", disse a Iberdrola em uma carta na quarta-feira à qual a Reuters teve acesso.

A Enel respondeu nesta quinta-feira que foi surpreendida pela carta da Iberdrola à União Europeia. Afirmou que as alegações da rival sobre disputa pela Eletropaulo são "sem substância". A italiana afirmou também que a espanhola tem um único objetivo aparente: evitar uma competição justa pela distribuidora paulista.

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