Na Estácio, o “presidente tampão” agradou
ÀS SETE - Pedro Thompson ia comandar a empresa durante o processo de compra pela Kroton, mas ele não se contentou com a tarefa e colocou a mão na massa
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2017 às 06h45.
Última atualização em 26 de outubro de 2017 às 07h52.
A companhia de educação Estácio , e seu presidente Pedro Thompson, têm mais uma oportunidade de mostrar aos investidores que a vida da empresa continua muito bem sem a Kroton. A companhia publicará seus números do terceiro trimestre nesta quinta-feira.
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No fim de junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou a compra da Estácio pela Kroton. Contrariando as expectativas iniciais, as ações da Estácio dobraram desde então. Seu valor de mercado saiu de 4,5 bilhões para 9,3 bilhões de reais. A Kroton pagaria 5,5 bilhões de reais pela companhia.
Analistas do banco Itaú BBA esperam uma alta de 6% na receita do terceiro trimestre, para 812 milhões de reais, e de 24% no lucro, para 168 milhões de reais, sempre na comparação anual.
O Itaú ressalta que os números devem refletir “a nova estratégia de participação da Estácio – que deve levar a um maior ticket médio da mensalidade, apesar do menor volume de estudantes novos na comparação anual”.
O bom momento da Estácio na bolsa segue com um presidente que assumiu a companhia durante o processo de compra pela Kroton, em agosto de 2016, e era visto apenas como um tampão até o fim do processo.
O jovem presidente não se contentou com a tarefa, realizou mudanças na estratégia da empresa e enfrentou resistência de funcionários.
No processo de captação de novos alunos, a empresa elevou os preços dos cursos em uma mudança drástica de postura. O objetivo é deixar de atrair os alunos com perfil de evasão ou inadimplência, focando em uma base menor, mas mais efetiva de estudantes. Thompson ainda implementou um controle rígido de gastos, que incluiu o fechamento de três campi no Rio de Janeiro.
Os resultados de Thompson fizeram com que ele continuasse à frente da companhia após a negativa do Cade e a mudança de acionistas.
Em setembro, após comprar a participação do empresário Chaim Zaher e com a diminuição de participação do fundo Oppenheimer, o fundo americano Advent se tornou o maior acionista da companhia e ganhou direito a duas cadeiras no conselho da empresa.
“Os conselheiros têm apoiado o Pedro e o Advent reconhece que, mesmo sendo novo, ele tem feito um bom trabalho”, diz um executivo da empresa.
Thompson terá mais uma chance de mostrar a que veio nos números desta quinta-feira.