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Minério de ferro continuará como destaque das exportações

Analistas apostam em um reajuste de até 20% no preço do produto, o suficiente para manter o bom nível das vendas externas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Nem só de volume vivem as exportações brasileiras. Em muitos casos, uma boa cotação no mercado internacional pode dar um belo impulso às vendas externas. Caso do minério de ferro, que em 2005 viu duplicar suas exportações graças a um aumento de 71% no valor do produto. A expectativa para 2006 é de que o preço seja novamente reajustado, ainda que em uma escala menor: de acordo com analistas, esse aumento deverá ficar entre 10% e 20%.

"Após um ano com preços 71%% maiores, como foi 2005, qualquer novo reajuste entre 10% e 20% ainda é um ótimo negócio para os fornecedores da matéria-prima", diz Cristiane Viana, analista da Ágora Senior. Nas próximas semanas, a analista deverá revisar sua previsão de reajuste dos atuais 8,2% para até 15%.

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No início de 2005, quando o mercado apostava em um aumento de 25% dos preços, os negociadores surpreenderam inclusive os analistas mais arrojados com o anúncio de um reajuste de 71%.

O analista Pedro Galdi, do ABN Amro, trabalha com uma previsão de aumento de 10% na cotação do minério de ferro. Como sua previsão também inclui um câmbio a R$ 2,45, tudo indica que as exportações brasileiras em 2006 estarão garantidas. "Não há risco de retração, pois ainda há bastante procura por minério de boa qualidade, coisa que o Brasil tem", diz Galdi.

Pressão chinesa

Ao contrário da maioria das commodities cujas cotações são definidas em bolsa o minério de ferro tem seu preço negociado entre empresas e governos. De um lado, sentam-se à mesa os três grandes players do mercado de mineração (a brasileira Vale do Rio Doce, a britânica Rio Tinto e a australiana BHP Billiton); do outro lado, estão grandes nomes da siderurgia, como Japão e Europa. A China, principal compradora, corre por fora, tentando pressionar os preços para baixo. "Em breve a China estará oficialmente no grupo negociador", diz Pedro Galdi, analista do ABN Amro.

Nos dez primeiros meses de 2005, a China importou 220 milhões toneladas de minério de ferro para atender ao crescimento acelerado do país, que acaba refletindo na importação de aço. A demanda pela matéria-prima está em toda parte, da construção de ferrovias à fabricação de geladeiras. Para o Brasil, rico em minério de ferro, trata-se de um ótimo negócio.

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