A Sadia irá investir 850 milhões de reais em 2006, cifra 41% maior que os 600 milhões aplicados neste ano. Os recursos servirão para iniciar as obras das novas unidades, situadas nos municípios de Lucas do Rio Verde e Campo Verde, no Mato Grosso. Outra destinação será o prosseguimento da ampliação das unidades de Uberlândia, em Minas Gerais, e de Toledo e Ponta Grossa (ambas no Paraná).

De acordo com Gilberto Tomazoni, presidente executivo da Sadia, os investimentos incluem ainda melhorias nos processos operacionais. "O primeiro passo será a criação, em Curitiba, de um centro de serviços onde todos os departamentos envolvidos em vendas e logística de entrega trabalharão juntos", diz.

Os projetos têm o objetivo de preparar a empresa para o crescimento esperado de demanda. No próximo ano, a Sadia espera um crescimento real do volume de vendas de 13% no mercado interno, e de 15% no exterior. "Em 2005, passamos de 1 milhão de toneladas, o que nos leva a projetar esse aumento para 2006", afirma Walter Fontana Filho, presidente do Conselho de Administração da companhia.

Tomazoni acrescenta que a meta é elevar em 15% o ebitda da Sadia (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no ano que vem. Segundo os executivos, o risco sanitário é o único fator que pode comprometer essa expansão. Escaldada pelos recentes casos de febre aftosa no Mato Grosso e Paraná, a Sadia espera que o governo anuncie em breve a regionalização sanitária. A medida proibiria o trânsito de animais vivos entre os estados. Desta maneira, no caso de doenças como a gripe aviária, apenas o estado em que o problema fosse detectado ficaria sem exportar.

Quanto ao fechamento de 2005, a empresa espera um crescimento de 13% no mercado interno e de 17% nas exportações. Somente neste final de ano, as vendas domésticas deverão crescer de 10% a 12% em relação ao mesmo período de 2004, devido às festas natalinas.