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Cultura da informalidade está sendo superada

Especialistasafirmam em debate no EXAME Fórum que muitos empresários se financiam atrasando obrigações tributárias, ante a falta de financiamentos de longo prazo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

A cultura de informalidade no Brasil está sendo superada por uma nova onda de empreendedores que não está disposta a sonegar. Além disso, é preciso distinguir o fenômeno da sonegação pura e simples daquele financiamento arrancado às custas do atraso de obrigações tributárias. "O empresário não é sonegador, mas empurra a quitação de impostos para se financiar, porque não tem acesso a capital de longo prazo, e vai empurrando de Refis em Refis", diz Álvaro Gonçalves, presidente da Associação Brasileira de Capital Risco (ABCR).

Maurício Borges, diretor da área social e operações indiretas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ressaltou a consolidação de novas linhas de financiamento para pequenas e médias empresas, mas reconheceu as dificuldades por causa da exigência de certidões negativas, comprovando que a candidata está em dia com suas obrigações tributárias. "Realmente, aí esbarra na questão da informalidade."

Na opinião de Gonçalves, da ABCR, diante da dificuldade de financiamento de longo prazo, é fundamental que o setor de venture capital se especialize mais, segmentando-se e cobrindo o leque desde o chamado capital-semente (o que dá impulso inicial às operações de uma nova empresa) até o sofisticado mercado de capitais.

"Ninguém monta um plano de negócios prevendo que será informal", diz Paulo Humberg, presidente da A5, investidora que tem como foco empresas com grande potencial de crescimento dos segmentos de tecnologia, telecomunicação e mídia.

Para Guilherme Emerich, sócio-diretor da Fir Capital, a informalidade é cultural, mas é possível operar na formalidade. "Os empreendedores percebem cada vez mais que ética é bom negócio." Emerich ressaltou o papel dos fundos de investimento de risco. "O Chade [da Dotz] falou que o empresário deve ser irresponsável com responsabilidade. Eu então sou totalmente irresponsável, porque tenho 18 pequenas empresas em meu portfólio."

A questão mais preocupante, para Wilson Poit, da Poit Engenharia, é atrair talentos para pequenas e médias empresas e transmitir o DNA do negócio para estes novos colaboradores.

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