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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
O mercado automotivo deve se deteriorar em breve nos Estados Unidos e na China. A avaliação é do presidente da Nissan e da Renault, Carlos Ghosn, e foi recebida como um alerta pelos analistas. Um declínio simultâneo dos negócios nesses países trará grandes problemas para a indústria automotiva mundial. Além disso, irá fragilizar ainda mais as montadoras americanas, que já registram pesados prejuízos (se você é assinante, leia entrevista exclusiva de Ghosn à EXAME).
O que prejudicará o mercado americano, segundo Ghosn, será a combinação do impacto econômico causado pela passagem de violentos furacões, como o Katrina e o Rita, com uma desastrada política de descontos para a promoção das vendas, apoiada pelas montadoras. Segundo o jornal britânico Financial Times, as vendas de automóveis caíram 33% entre os dias 1º e 9 de outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. "Se esta tendência continuar em novembro, temo que seja o início do fim nos Estados Unidos", disse Ghosn durante a feira Tokyo Motor Show.
Não serão apenas as montadoras americanas que sentirão a retração. O país, cujas vendas anuais de carros chegam a 16 milhões de unidades, é o principal mercado externo das montadoras japonesas, respondendo pela maior parcela dos lucros. Até o momento, o recuo dos negócios foi absorvido, em grande parte, pela desvalorização do iene. As vendas da Nissan nos Estados Unidos caíram 21% nos primeiros dias de outubro.
Quanto à China, Ghosn afirmou que a bonança vista nos últimos dois anos terminou "e não voltará mais". "As margens estão caindo, mas o mercado ainda não", disse. Apesar das perspectivas desfavoráveis, a Nissan anunciou, nesta semana, planos de elevar sua capacidade produtiva no país, em parceria com a Dongfeng Motor, de 400 000 unidades por ano para 500 000 até 2008.