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MRV espera reduzir distratos e aumentar lançamentos, diz Fischer

Em entrevista, o presidente afirmou que os cancelamentos devem recuar para 10% das vendas, bem abaixo do nível de 23,1% observado no 3º trimestre

MRV: a expectativa de lançamentos mais robustos deve manter a MRV focada na compra de novos terrenos (Paulo Fridman/Bloomberg)

MRV: a expectativa de lançamentos mais robustos deve manter a MRV focada na compra de novos terrenos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 16h30.

São Paulo - A MRV Engenharia, maior construtora de imóveis econômicos do país, espera reduzir em mais da metade o número de distratos e aumentar os lançamentos nos próximos meses, disse o co-presidente da empresa Eduardo Fischer à Reuters nesta quarta-feira.

Em entrevista, Fischer afirmou que os cancelamentos devem recuar para 10 por cento das vendas, bem abaixo do nível de 23,1 por cento observado ao término do terceiro trimestre, mas não detalhou o prazo para atingimento da previsão.

Entre as estratégias adotadas para reduzir os distratos, ele citou o registro da venda somente após aprovação do financiamento pelos bancos e a remuneração do corretor em duas etapas, na venda e depois no repasse do imóvel.

"Dificultamos a venda para melhor filtrar o cliente. Assim, embora a venda bruta caia, a líquida sobe", explicou.

Fischer ainda ressaltou a dificuldade maior para revender unidades distratadas em fase final de obras, quando o comprador tem menos tempo para levantar recursos suficientes para bancar os 20 por cento da entrada.

Para 2017, o executivo prevê lançamentos maiores que os de 2016, visto que a demanda por imóveis de baixa renda ainda supera a oferta.

De janeiro a setembro deste ano, a companhia lançou 19.589 unidades. "Dezembro é importante para nós em lançamentos e vamos buscar ainda mais no próximo ano", disse.

A expectativa de lançamentos mais robustos deve manter a MRV focada na compra de novos terrenos.

De acordo com Fischer, o estoque atual seria suficiente para suprir 80 por cento da demanda, mas do ponto de vista comercial esse percentual cai para perto de 40 por cento devido ao tempo levado para legalização das áreas e início das obras.

"Estamos mapeando praças e demanda para direcionar os gastos com landbank (estoque de terrenos)", afirmou o executivo. Ele ressaltou, contudo, que o desempenho da construtora nos próximos meses dependerá do contexto macroeconômico.

Em 2016, lembrou, a resiliência da demanda no segmento em que a MRV atua, o de baixa renda, foi uma surpresa positiva, enquanto a rigidez na concessão de crédito foi o grande desafio.

Conforme Fischer, os bancos estavam financiando menos que os 80 por cento permitidos pelas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

"Os bancos, na média, estavam concedendo 75 por cento, mas pode ser que voltem para perto de 80 por cento assim que as incertezas ficarem para trás", disse, em referência à votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos e à reforma da previdência.

Ao ser questionado sobre possíveis movimentações de fusões e aquisições no setor de construção, Fischer disse não ver uma tendência no curto prazo e ressaltou que a MRV gera capital suficiente para crescer organicamente.

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