Caminhão da Seara: processo também demanda que a Seara, marca da JBS, solucione as irregularidades apontadas (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2015 às 19h27.
São Paulo - O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu uma ação civil pública contra a Seara por irregularidades no frigorífico de Nuporanga (SP).
Durante fiscalização, o MPT lavrou 69 autos de infração após constatar problemas como práticas de jornadas excessivas, falta de proteções coletivas e de máquinas, ausência de medidas para redução de ruídos, dentre outros.
A instituição também averiguou que o frigorífico não realizava o rodízio dos funcionários em suas atividades, o que poderia evitar o surgimento de doenças ocupacionais.
Em nota, o MPT ressalta que antes da fiscalização já havia instaurado inquérito contra a Seara e chegou a firmar acordo no judiciário trabalhista para que a empresa concedesse os intervalos no trabalho garantidos por lei. As irregularidades foram novamente constatadas.
O MPT pede à Vara do Trabalho de Orlândia a condenação da empresa e pagamento de R$ 25 milhões como multa por danos morais causados à coletividade.
Em caráter liminar, o processo também demanda que a Seara, marca da JBS, solucione as irregularidades apontadas.
Os fiscais do MPT afirmam que a Seara se valeu de "artimanhas" para tentar escapar à fiscalização. A empresa teria dado ordens para que a velocidade das esteiras nas linhas de produção fosse reduzida quando os fiscais estivessem presentes.
A temperatura nas câmaras frias também era aumentada quando da presença dos representantes do MPT, fato comprovado por planilhas de controle dos ambientes.
Procurada pelo Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a JBS ainda não se posicionou sobre o processo judicial.