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MMX deve entrar com pedido de recuperação judicial

Será a terceira empresa de Eike Batista a pedir proteção para reorganizar seu passivo

Trabalhador supervisiona as operações na mina de ferro Serra Azul da MMX, em Minas Gerais (Rich Press/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 20h50.

Rio - A MMX , mineradora de Eike Batista , vai entrar com pedido de recuperação judicial na Justiça de Minas Gerais. É a terceira empresa do antigo império X a pedir proteção para reorganizar seu passivo, seguindo os passos da petroleira OGX e do estaleiro OSX.

A companhia tentou costurar a venda de ativos para evitar a medida, mas a combinação da queda livre do preço do minério de ferro e embargos ambientais tornaram a decisão inadiável.

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que o pedido será feito pela MMX Sudeste Mineração, subsidiária sob a qual fica a Unidade de Serra Azul (MG), onde estão as minas Tico-Tico e Ipê.

A dívida sujeita à recuperação é de R$ 370 milhões, o que inclui serviços já executados por fornecedores.

A MMX Mineração Metálicos S.A., controlada por Eike e que engloba todos os ativos do grupo, fica de fora, assim como uma parte da dívida, ainda em discussão.

Ao final do primeiro trimestre, a holding tinha uma dívida de R$ 966 milhões, dos quais R$ 718 milhões com fornecedores.

O advogado Sergio Bermudes afirmou que a documentação já está pronta e deverá ser entregue nesta quinta-feira, 16, à Justiça.

"A MMX é uma empresa saudável, que vive um contratempo por conta da situação do grupo X. Mas tem plena condição de se recuperar", disse o advogado, que também trabalha no processo de recuperação judicial da OGX.

A situação crítica levou a MMX a demitir nos últimos dias 200 dos 420 trabalhadores do setor operacional do complexo de minas de Serra Azul, de acordo com o sindicato Metabase de Brumadinho (MG).

Ao todo, são 550 funcionários na unidade, considerando também o pessoal ligado à manutenção e setor administrativo. A MMX não comenta as demissões.

O sindicato quer o cancelamento das demissões e no dia 21 terá uma reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas para tratar do caso.

De acordo com o presidente do sindicato, Agostinho José de Sales, a companhia irá reduzir de quatro para dois o número de turnos, todos de seis horas, nas minas da região.

"Temos a informação de que a MMX não tem caixa para manter os funcionários e as demissões podem aumentar nos próximos dias", afirmou.

A unidade de produção de minério de ferro está com suas atividades suspensas desde setembro.

Na segunda-feira, a MMX informou que manterá a paralisação por tempo indeterminado "a fim de otimizar recursos e adequar custos frente ao cenário de reposicionamento estratégico em que a companhia se encontra".

Os problemas operacionais da MMX começaram em fevereiro, quando a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) embargou a mina Tico-Tico, uma das unidades que formam o projeto Serra Azul.

O órgão alega que a mineração no local tem danificado cavernas de relevância ambiental da área.

A empresa esperava reverter o embargo e voltar a operar em Serra Azul no início do mês. No entanto, a Semad só dará o sinal verde à operação depois que estudos para adequação da área de proteção forem analisados.

A MMX entregou a documentação na semana passada, mas a secretaria pediu mais informações.

Ativos

Entre os ativos que a mineradora tentou negociar com a ajuda da consultoria Angra Partners nos últimos meses estão as minas de Serra Azul, direitos minerários da unidade de Bom Sucesso, também em Minas, e 35% de participação remanescente no Porto Sudeste, localizado em Itaguaí (RJ).

As negociações da fatia no porto estavam avançadas, mas não foram fechadas a tempo de evitar o pedido de recuperação judicial. Em fevereiro, a companhia vendeu o controle e 65% da fatia para o consórcio Trafigura/Mubadala.

Ontem, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autorizou o início da operação parcial do Porto Sudeste. A expectativa é que o primeiro embarque ocorra ainda este ano, o que traria uma receita adicional à MMX.

São Paulo – O empresário Eike Batista , que já foi o sétimo homem mais rico do mundo pela Forbes, se desfaz hoje de uma série de ativos com o objetivo de acertar as contas com os credores ou, pelo menos, economizar um pouco. O mais recente deles foi o Hotel Glória, vendido pra o grupo suíço Acron, e parte da CCX para a turca Yildirim. A seguir, relembre quais negócios tiveram que ser passados para frente por ele desde a decadência de seu império X no ano passado.  * Atualizado às 9h, do dia 4/02
  • 2. CCX

    2 /11(Divulgação)

  • Veja também

    Na segunda-feira, 03 de fevereiro, Eike assinou um acordo para vender ativos da empresa de carvão CCX na Colômbia para a turca Yildirim por 125 milhões de dólares. O valor é 72% abaixo do previsto em um memorando assinado entre as duas companhias no final de outubro, de 450 milhões de dólares.
  • 3. OGX (agora OGP)

    3 /11(Divulgação)

  • A Óleo e Gás Participações, ex- OGX , está atualmente tendo suas documentações analisadas pela agência reguladora do setor de petróleo. O objetivo é saber se a companhia tem capacidade financeira para manter blocos exploratórios sob concessão. Rebatizada de OGP, a petroleira entrou em recuperação judicial em 30 de outubro, com dívidas de quase 14 bilhões de reais – trata-se do maior processo de recuperação judicial já feito na América Latina.
  • 4. MMX

    4 /11(Rich Press/Bloomberg)

    A companhia holandesa Trafigura é o novo dono do principal ativo da mineradora MMX desde setembro, quando pagou 400 milhões de dólares por 65% do Porto Sudeste, em Itaguaí, no Rio de Janeiro. A companhia já vendeu ativos no Chile para a chilena Cooper Mining e ainda colocou outros em seus classificados, segundo informações divulgadas pelo mercado – o sistema Serra Azul, em Minas Gerais, é um dos que estaria à venda.
  • 5. LLX (agora Prumo)

    5 /11(Divulgação)

    Desde outubro, a empresa de logística de Eike mudou de comando e, pouco tempo depois, também de nome. A companhia, cujo principal ativo é o Porto de Açú, no Rio de Janeiro, foi vendida para o grupo EIG, que irá injetar 1,3 bilhão de reais na reestruturação da empresa, agora rebatizada de Prumo. Com a venda, o empresário viu sua fatia cair de estimados 53% para 21%.
  • 6. OSX

    6 /11(Divulgação)

    Uma das empresas mais dependentes da petroleira OGX, a OSX teve uma série de pedidos de plataforma de construção naval cancelados pela petroleira do mesmo grupo, motivo pelo qual passou a atrasar o pagamento de fornecedores. O BTG estaria negociando a venda do estaleiro desde julho, inclusive com conversas com Jurong e a Fels, ambos de Cingapura, e a Odebrecht, mas nada foi fechado por enquanto. A empresa segue em recuperação judicial, com uma dívida bilionária.
  • 7. Pink Fleet

    7 /11(Divulgação)

    O luxuoso iate do empresário, o Pink Fleet, era usado para eventos corporativos e passeios turísticos na Baía de Guanabara até ter de entrar no acerto de contas de Eike com os credores. Porém, a venda não gerou interesse e passou-se a cogitar então a doação do iate para a Marinha – que também rejeitou a oferta. No fim das contas, Pink Fleet deve virar sucata – ao menos para reduzir os custos elevados de mantê-lo funcionando.
  • 8. Rock in Rio

    8 /11(Buda Mendes/Getty Images)

    Roberto Medina já afirmou em alto e bom que não quer mais Eike como sócio no festival Rock in Rio e até já já contratou o BTG Pactual para tocar a negociação. O que o empresário não sabia, no entanto, era que Eike teria oferecido sua fatia de 50% no festival ao fundo Mubadala como garantia de empréstimos, de acordo com a coluna Radar, de Veja.
  • 9. Marina da Glória

    9 /11(GettyImages)

    No início de março, a MGX Empreendimentos Imobiliários e Serviços Náuticos, do empresário, já havia anunciado que a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, passaria por uma reformulação e seria liderada por uma nova equipe. Meses depois, no final de setembro, o controle do negócio já tinha mudado de mãos. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda do controle para uma holding do setor, a BRM Holding de Investimento Glória.
  • 10. Jato

    10 /11(Divulgação/Gulfstream)

    Ainda em janeiro, o empresário teria vendido seu jato Gulfstream 550 a um milionário chinês por 41 milhões de dólares. Vale lembrar que ex-homem mais rico do Brasil chegou a ter uma frota de seis jatos e helicópteros. Agora, só sobrou o helicóptero Agusta Grand, também à venda.
  • 11. Agora, veja os 10 bilionários que mais perderam dinheiro em 2013

    11 /11(Flickr)

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