Mineradoras: os produtores menores da China até a Suécia ainda enfrentam tempos difíceis, já que seus custos de produção podem chegar a 100 dólares a tonelada (Anglo American/Divulgação)
Reuters
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 17h52.
Manila - Embora a espetacular recuperação dos preços do minério de ferro neste ano tenha sido uma dádiva para as maiores produtoras do mundo, ainda não foi suficiente para as mineradoras menores e menos eficientes, que sofrem com instalações fechadas e equipamentos ociosos.
O preço da matéria-prima do aço quase dobrou em 2016, para mais de 80 dólares por tonelada, uma vantagem para mineradoras como a brasileira Vale e as anglo-australianas BHP Billiton e Rio Tinto, que extraem o material a um custo de menos de 20 dólares por tonelada.
Mas os produtores menores da China até a Suécia ainda enfrentam tempos difíceis, já que seus custos de produção podem chegar a 100 dólares a tonelada, devido a menores teores de ferro e economias de escala.
"Cada mina que conheço permanece fechada", disse à Reuters Pan Guocheng, diretor-executivo da empresa de mineração China Hanking Holdings Ltd, por telefone.
Ele disse que cerca de metade da capacidade de produção está fechada na província de Liaoning, no nordeste da China, onde estão localizadas as minas de Hanking. A empresa fechou três minas menores nos últimos anos.
"Este aumento de preços não foi suficiente para permitir que minas na província retomem com algumas novas injeções de capital."
A Hanking está entre um punhado de mineradoras privadas ainda em atividade na China, enquanto muitas estão fechadas após o excesso global da commodity reduzir os preços para uma mínima recorde de 38,30 dólares por tonelada em dezembro de 2015, depois de um pico de 191,70 dólares mais de quatro anos antes.
Os analistas da Goldman Sachs veem o minério de ferro em 62 dólares a tonelada em 2017 e 47 dólares em 2018, afirmando que, embora a oferta e a demanda possam estar relativamente equilibradas no próximo ano, o preço poderia cair na direção do custo marginal de produção em 2018.