Migrar para a nuvem é um caminho sem volta, diz CEO da SAP
Negócio de cloud cresceu três dígitos na companhia no ano passado, mas as licenças de software ainda são maior fonte de receita
Luísa Melo
Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 16h32.
Última atualização em 25 de janeiro de 2017 às 16h39.
São Paulo - A computação em nuvem continua sendo um motor de crescimento para a SAP em todo o mundo, mas especialmente no Brasil.
De acordo com a empresa, esse nicho de negócio cresceu três dígitos no país em 2016 frente ao ano anterior.
"O cloud demorou para deslanchar por aqui, mas veio para ficar. Esse é um caminho sem volta", comenta Cristina Palmaka, presidente da operação local da companhia.
Em números absolutos, porém, as licenças de software ainda são a maior fonte de faturamento.
A SAP não abre dados regionais, mas, globalmente, as vendas de soluções em nuvem chegaram a 2,99 bilhões de euros, crescimento de 31% ante 2015. Já as de software somaram 14,43 bilhões de euros, aumento de apenas 3%.
"Como o avanço da nuvem vai ser sempre mais acelerado, uma hora a receita recorrente vai ser maior nessa frente. Estamos trabalhando para entender em que momento isso acontecerá", afirma Cristina.
Para Claudio Muruzábal, presidente da empresa para América Latina e Caribe, o desempenho é explicado por uma série de motivos.
O primeiro, e mais óbvio, é que a gama de produtos com opção em nuvem está cada vez mais ampla e com preços mais atrativos.
O segundo é que a implementação dessas ferramentas não depende de Capex (investimento na compra de bens), só é preciso arcar com o custo de operação, e as empresas do país estão com acesso restrito a recursos devido às dificuldades econômicas.
O terceiro, na visão do executivo, é que elas trazem resultado rápido.
"O negócio de cloud cresceu a duplo dígito em todos os trimestres de 2016 na América Latina. E deve continuar assim", diz.
Por produto
A categoria "nuvem" concentra uma série de produtos. No ano passado, alguns deles foram mais vendidos que outros no Brasil.
Tiveram destaque a SAP HANA, plataforma de big data que processa informações em tempo real, e a Ariba, de gestão de fornecedores.
O Itaú foi um dos grandes clientes que contrataram ambas as ferramentas.
"O segmento financeiro sempre foi meio arredio à nuvem, mas agora está quebrando paradigmas. Isso só mostra que existe uma tendência", diz Cristina Palmaka.
O faturamento global da companhia chegou a 22,0 bilhões de euros em 2016, um crescimento anual de 6%. Já o lucro líquido atingiu 3,6 bilhões de euros, um salto de 18%.