Meta de entregas de jatos comerciais desafia Embraer
De janeiro a setembro, fabricante entregou 58 aeronaves comerciais, ainda distante da meta de 90 a 95 jatos
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 14h58.
São Paulo - As encomendas de aviões anunciadas pela Embraer neste ano impulsionaram a carteira de pedidos da fabricante, criando expectativas animadoras para médio e longo prazos, mas em 2013 a companhia deve ter dificuldade para alcançar a meta de entregas de jatos comerciais.
De janeiro a setembro, a terceira maior fabricante mundial de aviões civis entregou 58 aeronaves comerciais, ainda distante da meta de 90 a 95 jatos para o ano nesse segmento. Poucos acreditam que a Embraer vá entregar pelo menos 32 unidades no quarto trimestre, especialmente após apenas 19 aviões despachados no terceiro e 22 no segundo.
Em números absolutos o desafio não é tão grande --de outubro a dezembro de 2008, por exemplo, a Embraer entregou 44 jatos comerciais. Nos últimos cinco anos, porém, o quarto trimestre representou de 21 a 30 por cento do total de entregas no segmento comercial. E, para atingir o piso da meta de 2013, as entregas no atual trimestre precisarão alcançar quase 36 por cento do projetado para o ano.
O número de entregas é acompanhado de perto pelo mercado, já que a Embraer contabiliza a receita com a venda no momento da entrega das aeronaves.
Executivos da Embraer esperam um fim de ano melhor. Em meados de setembro, o responsável pelos negócios na Aviação Comercial da companhia, Paulo César de Souza e Silva, disse esperar grande número de entregas no quarto trimestre e que a companhia poderia atingir a meta para 2013.
Mas esse otimismo não é partilhado por parte dos analistas, que veem como remota a chance de a meta de entregas de jatos comerciais ser cumprida.
"Isso é irreal", disse o analista Henrique Florentino, da Um Investimentos.
Ao divulgar os dados de entregas do terceiro trimestre no último dia 15, a ação da Embraer na bolsa paulista teve forte baixa, recuando 4,3 por cento. De lá para cá, até o fechamento do dia 21, o papel acumulou baixa de 7,5 por cento, contra alta de 3,5 por cento do Ibovespa no período.
"A composição da entrega de aeronaves (no terceiro trimestre) foi decepcionante. As aeronaves comerciais são, tradicionalmente, o negócio principal da empresa e produtos com maior valor agregado, que, por sua vez, contribuem para uma melhor margem", afirmou o diretor da Ativa, Ricardo Corrêa, em relatório recente.
A analista Karina Freitas, da Concórdia, lembra que a Embraer normalmente ter um quarto trimestre movimentado, mas nem por isso a meta está garantida. "A Embraer costuma ter um quarto trimestre forte em entregas... Mas a aviação comercial não tem um cenário muito confortável e talvez ela tenha dificuldades para cumprir o número", disse Karina.
A Embraer passa por uma fase de negociação de reajuste de salários dos empregados com sindicatos, e chegou a ter sua produção paralisada no início de outubro. A parada foi de apenas quatro horas e para analistas não deve ter impacto relevante na produção. "Foi muito rápida e não deve atrapalhar", disse Karina.
Horizonte Favorável
Apesar da pressão na aviação comercial neste ano, para 2014 as expectativas são mais otimistas, considerando a carteira de pedidos firmes a entregar da fabricante, que totalizava 17,8 bilhões de dólares no fim de setembro, um aumento de mais de 40 por cento sobre um ano antes.
Se nos últimos dias a ação da Embraer vem recuando na bolsa, no ano ela ainda exibe valorização de quase 23 por cento, enquanto o principal índice do mercado acionário brasileiro amarga baixa de 8 por cento.
"O cenário está mais otimista", disse Karina, da Concórdia. "O 'backlog' neste tamanho é fantástico. Mas existe o tempo de produção e a capacidade do cliente de honrar a encomenda", completou.
O principal mercado para assegurar o desempenho da Embraer nos próximos anos são os Estados Unidos.
Em 2013 até setembro, a Embraer adicionou quase 280 novos aviões comerciais à sua carteira de pedidos firmes, ou o equivalente a perto de três anos de entregas. A maioria das encomendas foi feita por companhias aéreas norte-americanas, que estão substituindo suas frotas de jatos regionais de 50 assentos por modelos de 70 ou mais passageiros.
Aviação Executiva
A Embraer também espera entregar de 105 a 120 jatos executivos em 2013, sendo 80 a 90 aviões leves e 25 a 30 grandes. Para analistas, essa meta parece estar garantida.
Florentino, da Um Investimentos, e Karina, da Concórdia, acreditam que a fabricante deve atingir o piso da meta na aviação executiva. A própria empresa afirmou em julho que a entrega de aeronaves dessa categoria pode ficar no menor ponto da faixa projetada em 2013.
De janeiro a setembro, a Embraer entregou 66 jatos executivos, restando, portanto, pelo menos 39 unidades para o quarto trimestre.
São Paulo - As encomendas de aviões anunciadas pela Embraer neste ano impulsionaram a carteira de pedidos da fabricante, criando expectativas animadoras para médio e longo prazos, mas em 2013 a companhia deve ter dificuldade para alcançar a meta de entregas de jatos comerciais.
De janeiro a setembro, a terceira maior fabricante mundial de aviões civis entregou 58 aeronaves comerciais, ainda distante da meta de 90 a 95 jatos para o ano nesse segmento. Poucos acreditam que a Embraer vá entregar pelo menos 32 unidades no quarto trimestre, especialmente após apenas 19 aviões despachados no terceiro e 22 no segundo.
Em números absolutos o desafio não é tão grande --de outubro a dezembro de 2008, por exemplo, a Embraer entregou 44 jatos comerciais. Nos últimos cinco anos, porém, o quarto trimestre representou de 21 a 30 por cento do total de entregas no segmento comercial. E, para atingir o piso da meta de 2013, as entregas no atual trimestre precisarão alcançar quase 36 por cento do projetado para o ano.
O número de entregas é acompanhado de perto pelo mercado, já que a Embraer contabiliza a receita com a venda no momento da entrega das aeronaves.
Executivos da Embraer esperam um fim de ano melhor. Em meados de setembro, o responsável pelos negócios na Aviação Comercial da companhia, Paulo César de Souza e Silva, disse esperar grande número de entregas no quarto trimestre e que a companhia poderia atingir a meta para 2013.
Mas esse otimismo não é partilhado por parte dos analistas, que veem como remota a chance de a meta de entregas de jatos comerciais ser cumprida.
"Isso é irreal", disse o analista Henrique Florentino, da Um Investimentos.
Ao divulgar os dados de entregas do terceiro trimestre no último dia 15, a ação da Embraer na bolsa paulista teve forte baixa, recuando 4,3 por cento. De lá para cá, até o fechamento do dia 21, o papel acumulou baixa de 7,5 por cento, contra alta de 3,5 por cento do Ibovespa no período.
"A composição da entrega de aeronaves (no terceiro trimestre) foi decepcionante. As aeronaves comerciais são, tradicionalmente, o negócio principal da empresa e produtos com maior valor agregado, que, por sua vez, contribuem para uma melhor margem", afirmou o diretor da Ativa, Ricardo Corrêa, em relatório recente.
A analista Karina Freitas, da Concórdia, lembra que a Embraer normalmente ter um quarto trimestre movimentado, mas nem por isso a meta está garantida. "A Embraer costuma ter um quarto trimestre forte em entregas... Mas a aviação comercial não tem um cenário muito confortável e talvez ela tenha dificuldades para cumprir o número", disse Karina.
A Embraer passa por uma fase de negociação de reajuste de salários dos empregados com sindicatos, e chegou a ter sua produção paralisada no início de outubro. A parada foi de apenas quatro horas e para analistas não deve ter impacto relevante na produção. "Foi muito rápida e não deve atrapalhar", disse Karina.
Horizonte Favorável
Apesar da pressão na aviação comercial neste ano, para 2014 as expectativas são mais otimistas, considerando a carteira de pedidos firmes a entregar da fabricante, que totalizava 17,8 bilhões de dólares no fim de setembro, um aumento de mais de 40 por cento sobre um ano antes.
Se nos últimos dias a ação da Embraer vem recuando na bolsa, no ano ela ainda exibe valorização de quase 23 por cento, enquanto o principal índice do mercado acionário brasileiro amarga baixa de 8 por cento.
"O cenário está mais otimista", disse Karina, da Concórdia. "O 'backlog' neste tamanho é fantástico. Mas existe o tempo de produção e a capacidade do cliente de honrar a encomenda", completou.
O principal mercado para assegurar o desempenho da Embraer nos próximos anos são os Estados Unidos.
Em 2013 até setembro, a Embraer adicionou quase 280 novos aviões comerciais à sua carteira de pedidos firmes, ou o equivalente a perto de três anos de entregas. A maioria das encomendas foi feita por companhias aéreas norte-americanas, que estão substituindo suas frotas de jatos regionais de 50 assentos por modelos de 70 ou mais passageiros.
Aviação Executiva
A Embraer também espera entregar de 105 a 120 jatos executivos em 2013, sendo 80 a 90 aviões leves e 25 a 30 grandes. Para analistas, essa meta parece estar garantida.
Florentino, da Um Investimentos, e Karina, da Concórdia, acreditam que a fabricante deve atingir o piso da meta na aviação executiva. A própria empresa afirmou em julho que a entrega de aeronaves dessa categoria pode ficar no menor ponto da faixa projetada em 2013.
De janeiro a setembro, a Embraer entregou 66 jatos executivos, restando, portanto, pelo menos 39 unidades para o quarto trimestre.