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Mercado Livre mira novo investimento recorde no Brasil

Companhia também está buscando reduzir ainda mais sua dependência dos Correios, que entregavam mais de 50% das mercadorias antes da greve

Mercado Livre: grupo argentino está elevando a aposta na maior economia da América Latina (Mercado Livre/Divulgação)

Mercado Livre: grupo argentino está elevando a aposta na maior economia da América Latina (Mercado Livre/Divulgação)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 17h44.

Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 08h12.

O grupo argentino de comércio eletrônico MercadoLibre Inc. está elevando a aposta na maior economia da América Latina, com planos de atingir novo recorde de investimento no Brasil em 2021.

A companhia mais valiosa da região, que está desembolsando recorde de 4 bilhões de reais neste ano no Brasil, espera superar essa marca em 2021, disse Fernando Yunes, country manager do Mercado Livre para o Brasil. O plano faz parte de um esforço mais amplo para fortalecer a infraestrutura logística num momento em que a pandemia do novo coronavírus impulsiona as vendas online e acirra a concorrência entre as varejistas.

“Começamos agora o planejamento do ano que vem e queremos investimentos maiores do que neste ano”, disse Yunes. “Houve mudança estrutural de hábito e o mercado mudou de patamar. O comportamento dos consumidores não deve voltar ao que era antes da pandemia.”

O valor de mercado do grupo com sede em Buenos Aires disparou neste ano, atingindo recorde de 61 bilhões de dólares e superando pares regionais — como a gigante mineradora Vale S.A., avaliada em 59 bilhões de dólares — e outras empresas do setor — como o eBay Inc., com 40 bilhões de dólares.

No Brasil, que respondeu por 53% da receita total do Mercado Livre no segundo trimestre, a média de vendas semanais saltou 74% em relação aos níveis de 2019. Visitas diárias ao marketplace alcançaram até 41 milhões em alguns dias neste ano, superando as 32,8 milhões de visitas por dia durante a Black Friday de 2019, um dos principais eventos comerciais do varejo realizado em novembro.

“Gostaríamos de passar dos três dígitos de crescimento na Black Friday deste ano, dado que aprovamos investimento três vezes maior do que o do ano passado”, disse o executivo. Para isso, acrescentou ele, o Mercado Livre vem reforçando a infraestrutura logística para entregar cerca de 75% de todos os items armazenados e entregues pela rede própria da empresa dentro de 48 horas após o pedido, ante aproximadamente 55% na Black Friday de 2019.

O Mercado Livre também começou a entregar aos fins de semana e está buscando reduzir ainda mais sua dependência dos Correios, que entregavam mais de 50% do que o Mercado Livre vendia antes da greve mais recente.

Alguns meses após abrir seu terceiro centro de distribuição no Brasil, em Lauro de Freitas, na Bahia, a empresa avança em conversas para um quarto CD — desta vez no Sul do país. A companhia ainda está focada em continuar expandindo o sortimento de mercadorias e vendedores.

“Em breve vamos subir duas das maiores redes de farmácias do Brasil na plataforma”, disse Yunes.

Os esforços do Mercado Livre para aproveitar os ventos favoráveis do setor ocorrem à medida que a americana Amazon.com e rivais locais, como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo, apostam alto em suas operações online, seja de maneira orgânica ou por meio de aquisições.

“Temos o DNA de cumprir objetivos de forma orgânica e não existe um movimento de prospecção de aquisições, o que não significa que não possam acontecer”, disse o executivo.

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