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Mercado Livre lança serviço de crédito para vendedores

A empresa já tem 85 mil vendedores pré-aprovados para o serviço e pretende chegar a 400 mil

Área interna da biblioteca do Mercado Livre (Mercado Livre/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 15h18.

Última atualização em 30 de janeiro de 2018 às 15h19.

São Paulo – O Mercado Livre lançou hoje um serviço de empréstimos aos seus vendedores no Brasil, o Mercado Crédito. Com taxas de 2,25% a 5,5%, o serviço pode oferecer até 350 mil reais em crédito, pagos em até 12 vezes.

A empresa já tem 85 mil vendedores pré-aprovados para o serviço e pretende chegar a 400 mil.

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O foco são pequenas empresas e micro empreendedores que obtém a maior parte de sua renda através da plataforma de comércio eletrônico , que, segundo estimativas, somam 350 mil pessoas em toda a América Latina. A plataforma tem cerca de 9 milhões de vendedores em toda a região.

O Mercado Crédito foi lançado primeiramente na Argentina, em maio de 2017, no México há dois meses e hoje foi lançado oficialmente no Brasil. No entanto, já atuava de forma piloto há cerca de seis meses.

A empresa já chegou a emprestar 150 milhões de dólares na região – 85 milhões de dólares apenas no Brasil. Foram contratadas mais de 28,5 mil linhas de capital de giro a 25 mil vendedores, por um tíquete médio de 5 mil dólares.

Como funciona

Por enquanto, apenas vendedores pré-aprovados podem pedir uma linha de crédito. O pedido é feito pela plataforma do Mercado Pago e, segundo a empresa, precisa de apenas dois cliques para que o dinheiro caia na conta.

O processo é completamente digital e a empresa não requisita novos documentos ao vendedor. Cada oferta é diferente e o valor e taxas são calculadas com base em um sistema de análise de risco desenvolvido internamente.

A análise de risco leva em conta o histórico de vendas do cliente dos últimos seis meses e quais serviços do ecossistema do grupo ele utiliza, entre outros 400 fatores. O Mercado Crédito atua como originador de crédito e atua em parceria com os bancos Topázio e Money Plus.

A inadimplência esperada é de 2% a 3,5%. A taxa baixa é resultado da forma de pagamento , que é descontado automaticamente do fluxo de recebimentos do vendedor. “Claro que já risco, mas o nosso modelo de análise é bem robusto, temos acesso a muitas informações desse vendedor”, afirmou Túlio Oliveira, diretor do Mercado Pago no Brasil.

Por esse motivo, a empresa aceita até aqueles que têm nome negativado. “Alguns clientes tem um bom ‘score’ de crédito conosco, enquanto lá fora o perfil é ruim, o que os afasta do sistema financeiro. Também queremos incluir essas pessoas que, hoje, estão à margem”, afirmou Martín de los Santos, vice-presidente sênior de Mercado Crédito na América Latona.

Crédito mais acessível

“Queremos democratizar o crédito na América Latina”, afirmou Santos. O crédito para pequenas e médias empresas ficou mais escasso durante a crise econômica e retrocedeu 36% desde o quarto trimestre de 2014. A oferta também está concentrada nas mãos de poucos bancos, diz o diretor.

De acordo com pesquisas realizadas pela empresa, 65% dos vendedores da plataforma não têm acesso a financiamento ou capital de giro para seu negócio. Entre aqueles que já usaram o serviço, 66% ampliou o estoque.

A iniciativa tem dado resultado. Os vendedores que já tomaram crédito viram suas vendas crescer 85% em média.

Ecossistema de pagamentos

O serviço foi lançado a partir da divisão de meios de pagamentos, o Mercado Pago, usado tanto pela plataforma de comércio eletrônico do grupo quanto por vendedores independentes.

Nos últimos 12 meses, a plataforma processou 11,8 bilhões de dólares – desses, 10,3 bilhões de dólares vieram através das vendas feitas no Mercado Livre. Apenas no terceiro trimestre do ano passado, foram processados 3,7 bilhões de dólares, alta de 73,5% contra o ano passado.

Além dos pagamentos on-line, a Mercado Pago também opera no mundo físico, com a maquininha Mercado Pago Point, pelo cartão pré-pago e pelo aplicativo Wallet, que permite pagamentos de contas e boletos, entre outros serviços.

“Com nossos serviços, a pessoa não tem necessidade de ter uma conta bancária”, afirmou Túlio Oliveira.

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