Fundado em 2001, o grupo Delta Energia, é responsável por transacionar cerca de 5 mil megawatts (mW) médios por mês no Mercado Livre. (Divulgação / Delta Energia)
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Publicado em 29 de novembro de 2023 às 09h00.
Em tempos nos quais muito se fala em disrupção, o setor elétrico brasileiro está prestes a viver um momento histórico a partir de 1º de janeiro de 2024. Nesse dia, vai entrar em vigor a Portaria nº 50/2022 do Ministério de Minas de Energia (MME), que amplia o chamado Mercado Livre de Energia para pequenas e médias empresas (PMEs) do país. Desde meados dos anos 1990, quando o Brasil adotou o Mercado Livre de Energia, somente grandes consumidores, como alguns tipos de indústria, podiam aderir a esse sistema – ou seja, apenas os maiores consumidores.
Com as novas regras do setor, hotéis, padarias, restaurantes e até pequenas indústrias, que têm conta de luz a partir de R$ 7 mil, podem migrar para o Mercado Livre de Energia. Atualmente, essa modalidade representa 37% da demanda total de eletricidade no Brasil, mas que teve um crescimento de 68% de novas adesões, de janeiro a setembro de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), órgão que reúne todos os integrantes do setor.
Em setembro de 2023, mais de 36,3 mil indústrias e estabelecimentos comerciais compravam energia no Mercado Livre. A partir do primeiro dia do próximo ano, cerca de 72 mil estabelecimentos estarão aptos a realizar a migração para esse segmento, de acordo com a CCEE. "O Brasil tem passado por transformações no setor elétrico. A abertura do Mercado Livre de Energia para consumidores de média e alta tensão sem limite mínimo de consumo é apenas um preparativo para o que vem no futuro", afirma Luiz Fernando Leone Vianna, vice-presidente institucional e regulatório do Grupo Delta Energia, um dos líderes do setor elétrico no Brasil.
Fundado em 2001 e responsável por transacionar cerca de 5 mil megawatts (mW) médios por mês no Mercado Livre, o que corresponde a 8% do consumo de energia brasileiro, o Grupo Delta Energia já se movimenta para oferecer as melhores soluções aos potenciais novos consumidores de média e alta tensão – justamente as PMEs. “Há espaço para todas as organizações que, efetivamente, se prepararem com preços atrativos e oferta de produtos taylor made, ou seja, conforme a preferência e a demanda do consumidor. Para quem aderir a esse sistema, precisa ainda haver segurança de que o fornecimento de energia será garantido. Por isso, essas empresas devem ficar atentas às opções do mercado”, avalia o VP institucional e regulatório do Grupo Delta Energia.
A companhia, aliás, tem feito investimentos robustos em tecnologia para conquistar outras fatias desse mercado. Tanto que anunciou, em outubro de 2022, a criação da LUZ, primeira fornecedora digital de energia do Brasil, para ser a empresa varejista na comercialização de energia elétrica no Mercado Livre, o chamado Ambiente de Contratação Livre (ACL). A meta é atender as empresas que não podem comprar energia diretamente das geradoras e devem recorrer a comercializadoras varejistas, que representam o consumidor na CCEE.
Hoje, além de oferecer um desconto garantido na fatura que pode chegar a 40%, a LUZ possibilita ao consumidor de média e alta tensão contratar de maneira 100% online a sua energia. Funciona assim: no aplicativo da empresa, o cliente coloca suas informações e fotografa a conta de eletricidade. O sistema faz então a análise do perfil de consumo e, com base nisso, apresenta uma proposta de desconto. A economia mensal na fatura e o controle total dos gastos são realizados em tempo real por meio de um aplicativo digital.
Com a abertura do mercado a partir do ano que vem, Vianna diz que a expectativa é que a LUZ alcance pelo menos 15% dos 72 mil potenciais consumidores aptos a migrar para o Mercado Livre. E as PMEs já podem começar a negociar porque precisam, por lei, seguir um processo de migração que leva seis meses para ser concluído.
Para dar suporte ao seu plano de expansão no setor elétrico, a Delta Energia lançou também a Wisebyte, empresa especializada em sistemas de medição, softwares de alta complexidade, performance e escalabilidade, além de produtos de hardware IoT (Internet das Coisas) para uso industrial e Smart Cities. Foi a Wisebyte que criou, por exemplo, o hardware do medidor inteligente da LUZ. Com o uso da inteligência artificial, esse medidor envia dados para o aplicativo e o consumidor acessa pelo celular algumas telas que mostram o consumo de energia em tempo real e por equipamentos. A empresa desenvolveu uma ferramenta que permite ao cliente fazer a gestão e monitorar o consumo de energia por grupos de aparelhos domésticos, tudo por um aplicativo próprio. Esse dispositivo dá o controle do consumo ao cliente que, pela primeira vez, consegue entender o que exatamente está pagando em sua fatura e quais são os equipamentos que mais impactam seus gastos.
O Grupo Delta Energia tem a visão de que, no setor elétrico, a IA tem potencial para alavancar o desenvolvimento, elevar a qualidade do atendimento ao cliente e impulsionar a transformação energética, promovendo a sustentabilidade e a economia. Os ensaios digitais do medidor inteligente realizados em eletrodomésticos e aparelhos elétricos – de air fryer e aquecedor elétrico a ar-condicionado e geladeira – levaram um ano. A leitura ao longo desse período gerou dados para a empresa, com o objetivo de ensinar a inteligência artificial a entender hábitos familiares, por meio do aprendizado de máquina (machine learning). Com as informações de consumo de cada eletrodoméstico, a empresa conseguiu criar sua inteligência própria e ajudar os consumidores a fazerem uma melhor gestão de seus gastos. Quer saber se o chuveiro é mesmo o maior vilão da conta de energia? A inteligência artificial tem a resposta.