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Mercado de veículos esboça recuperação e tem reabertura das fábricas

Anfavea detalhará hoje (7) recuperação do mercado impulsionada por crescimento do segmento de caminhões e previsões para a indústria em meio à pandemia

Linha de produção de chassis de ônibus da Mercedes-Benz: desde o primeiro parafuso, tudo é monitorado digitalmente Foto: Germano Lüders 30/06/2020 (Germano Lüders/Exame)
GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 7 de abril de 2021 às 06h00.

Caminhões tiveram segundo mês de alta consecutivo no Brasil (Germano Lüders/Exame)

A Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, anunciará hoje (7) o balanço do primeiro trimestre do mercado automotivo no Brasil. E há previsão de reabertura das fábricas paralisadas durante a pandemia da Covid-19, além de recuperação impulsionada pelo crescimento do segmento de pesados.

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Segundo dados da associação de distribuidores, Fenabrave, houve aumento dos emplacamentos no mês de março quando comparado a fevereiro: foram 189.405 unidades – o avanço foi de 13,16%. Só que, na soma dos primeiros três meses, o mercado recuou 5,4% em relação ao período em 2020.

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Vale dizer que o segmento de caminhões segue aquecido, com 10.796 unidades licenciadas em março, ou seja, aumento de 66% em relação a fevereiro (que já tinha avançado 37,9% frente a janeiro). Entretanto, no último mês, a produção de veículos retrocedeu aos níveis da crise econômica de 2016.

Durante a pandemia, Hyundai, Mercedes-Benz, Renault, Scania, Toyota, Volvo, VW e VW Man – divisão de ônibus e caminhões da marca – paralisaram as linhas de montagem em algum momento. Por sua vez, Agrale, Chevrolet, Honda, Jaguar, Land Rover e Nissan deverão manter fábricas fechadas.

De acordo com Paulo Cardamone, CEO da consultoria Bright Consulting, a indústria ainda depende dos próximos meses para definir o que acontecerá. “Nossa previsão era de 25% de aumento e, em março, atualizamos para 22%, com expectativa de 2,45 milhões de unidades”, afirma o especialista.

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Em comunicado, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, já tinha afirmado que o primeiro bimestre não serve de termômetro para o desempenho anual, período que, normalmente, tem menor ritmo de negociações. Mas o executivo mostrou preocupação com as crises sanitária e conjuntural.

“Isso gera um horizonte absolutamente nebuloso para o planejamento estratégico das empresas e que vale para todos os setores da economia”, diz Moraes. Segundo o presidente da entidade, a fragilidade do ambiente de negócios não é “devidamente atacada pelas várias esferas do poder público”.

Para Cardamone, o mercado está aquecido e só falta oferta. “Nosso problema não é ligado à demanda e isso é bom. Quem compra carro atualmente tem renda maior e, por isso, os modelos de segmentos mais caros, como SUVs, continuam vendendo bem”, diz o CEO da consultoria Bright Consulting.

De fato, os fabricantes justificaram as paralisações recentes devido à falta de componentes, principalmente itens eletrônicos e aço. Também é importante ressaltar a influência das medidas de restrição de circulação e fechamento dos comércios (inclusive de concessionárias) para conter o novo coronavírus.

Em relação aos caminhões, o especialista em mercado relembra que o bom momento está diretamente relacionado ao bom período de safras. E, ao que tudo indica, o agronegócio continuará em alta neste ano, contribuindo diretamente para o crescimento das vendas no segmento de pesados.

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