Franquias (JaaakWorks/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 12 de setembro de 2023 às 18h00.
O setor de franquias registrou um crescimento de 12,9% no 2º trimestre comparado ao mesmo período do ano passado. O faturamento saltou de R$ 48,052 bilhões para R$ 54,253 bilhões. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Este é o oitavo trimestre de crescimento seguido do setor. No primeiro semestre, o setor acumula faturamento de R$ 105 bilhões, crescimento de 15% na comparação com 2022. Na comparação com 2019, período pré-pandemia, o crescimento foi de 24,2%.
No acumulado dos últimos 12 meses, a alta do faturamento das redes de franquias foi de 15,2%. A receita nesse período saltou de R$ 195,4 bilhões para R$ 225 bilhões.
Hotelaria e Turismo, Alimentação Food Service e Moda foram os segmentos que mais cresceram no período, beneficiados especialmente pela forte retomada dos hábitos sociais presenciais, mas com a manutenção de atividades representativas no delivery e no e-commerce.
"Chama a atenção também a recuperação da movimentação de pessoas nos shoppings centers, associada a um nível de negócios elevados no delivery e outros canais digitais”, diz Tom Moreira Leite, presidente da ABF.
A pesquisa da ABF mostrou que todos os segmentos cresceram em faturamento no trimestre. Hotelaria e Turismo lidera a lista, com variação positiva de 18,5%. Em franca recuperação, o segmento prosseguiu atendendo a demanda reprimida, a retomada das viagens pelo público em geral, seja a turismo ou a trabalho, e observou-se também um maior engajamento nas lojas físicas.
Em segundo lugar se destacou Alimentação – Food Service, com um incremento em sua receita de 16,9%, beneficiado principalmente pelo forte reaquecimento das atividades sociais, retorno com mais frequência do trabalho presencial, abertura de unidades, novos produtos, reformulação e melhorias no cardápio e investimentos em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores.
Moda se destacou em terceiro lugar, com um faturamento 16,8% maior na comparação com o segundo trimestre do ano passado. Com forte presença no franchising, o segmento também se beneficiou da retomada das atividades sociais e corporativas, o que levou muitas pessoas a renovarem ou completarem seus guarda-roupas, do maior engajamento nas lojas físicas, de mais investimentos em tecnologia e marketing e da maior maturação das marcas e seus franqueados.
Além desses segmentos, também registrou um desempenho acima da média no trimestre pesquisado Saúde, Beleza e Bem-Estar (15,9%), que mantém trajetória positiva dos períodos anteriores muito alavancado por serviços de estética e saúde e à tendência de bem-estar.
Segmento | 2º tri 2022 | 2º tri 2023 | Variação de receita | Variação de unidades |
| 2.628 | 2.914 | 10,90% | 6,50% |
| 8.784 | 10.270 | 16,90% | 8,50% |
| 3.533 | 3.858 | 9,20% | 8,80% |
| 1.602 | 1.745 | 8,90% | 7,40% |
| 2.977 | 3.334 | 12% | 0,30% |
| 546 | 596 | 9,10% | 6,30% |
| 2.568 | 3.044 | 18,50% | 5% |
| 415 | 465 | 11,90% | 14,70% |
| 4.950 | 5.781 | 16,80% | 3,60% |
| 11.516 | 13.353 | 15,90% | 6,00% |
| 1.842 | 2.014 | 9,30% | 0,70% |
| 6.689 | 6.880 | 2,90% | 7,90% |
Total | 48.052 | 54.253 | 12,90% | 6,20% |
No primeiro semestre de 2023:
No 2º trimestre de 2023, a mão de obra empregada pelo setor foi da ordem de 1,612 milhão ante 1,453 milhão entre abril e junho do ano passado, o que equivale a um aumento de 10,9%.
O número de operações de franquias também avançou. A variação no período pesquisado representou um acréscimo de 11.062 unidades no país, totalizando 188.878 operações. Segundo o estudo, foram abertas 4,0% mais unidades, com um índice de encerramento de 1,5%, resultando num saldo positivo de 2,5%.
A pesquisa identifica um quadro de estabilidade, com uma pequena elevação da participação do Sudeste associada ao tamanho da economia da Região.
“Apesar de a pesquisa deste ano não ter detectado movimentos muito significativos no mapa de atuação do franchising, entendemos que o movimento do setor para o interior e localidades fora do eixo Rio-São Paulo se mantém, inclusive alavancado pelas facilidades dos recursos digitais”, diz o presidente da ABF.
A entidade também vem constatando que a força do agronegócio tem gerado novas oportunidades para o setor. Nesse sentido, a ABF fez um estudo a respeito dos estados e identificou que entre os dez que mais cresceram em faturamento de janeiro a junho, seis têm sua economia muito alavancada pelo agronegócio: