Diluição do impacto cambial na Petrobras chega em 7 anos
Petroleira adotou uma nova contabilidade para diminuir o impacto do dólar nos seus resultados, gerando um lucro no segundo trimestre maior do que o esperado
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2013 às 16h44.
Rio de Janeiro - A diluição do impacto cambial no resultado financeiro da Petrobras poderá ser realizada em cerca de sete anos, prazo médio da dívida da estatal, disse nesta segunda-feira o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa.
O lucro líquido da petroleira no segundo trimestre superou as expectativas do mercado com uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida.
A nova contabilidade teve um impacto positivo da ordem de 5 bilhões de reais no lucro de 6,2 bilhões de reais.
"A contabilidade de hedge coloca os números da empresa alinhados com o caixa", afirmou Barbassa durante entrevista a jornalistas.
Como resultado deste efeito benéfico da mudança contábil, a Petrobras poderá distribuir dividendos adicionais de 600 milhões de reais para detentores de ações ordinárias na segundo semestre, acrescentou o executivo.
"Não é distribuição extra, mas o que pode haver é a aprovação pelo Conselho de Administração (do dividendo a mais). Agora com lucro líquido maior, que não foi afetado pela variação cambial, há a oportunidade de aumentar participação das ON's nos dividendos referentes ao ano." Mas o executivo pondera que a distribuição de dividendos além do esperado terá de passar ainda por decisão do Conselho e de acionistas. "Até o fim do ano ainda tem muita água para correr." Segundo ele, a distribuição de dividendos para ações preferenciais deverão ter valor definido por percentual de 3 por cento do patrimônio líquido.
Barbassa explicou ainda que pela nova contabilidade, se o dólar recuar, o valor de perda cambial que migrou para patrimônio líquido será retirado do resultado. Caso contrário, se a moeda americana permanecer elevada, a empresa vai descontar tais perdas da receita com exportações, e a diluição será realizada ao longo de vários anos.
As ações preferenciais da Petrobras operavam em queda de 1,7 por cento às 15h42, enquanto as ações ordinárias tinham queda de 1 por cento. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1 por cento.
Alavancagem
A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35 por cento a partir do segundo semestre, mas esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014, afirmou o executivo.
"Mesmo ultrapassando os limites de 35 por cento de dívida líquida... duas vezes e meia o Ebitda, nós estamos vendo novas unidades este ano e ano que vem, vemos um crescimento continuado da produção que vai nos trazer mais recursos e proporcionar menos alavancagem da companhia", afirmou Barbassa.
A alavancagem ficou em 34 por cento ao final do segundo trimestre. Já o índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes.
A perspectiva de crescimento futuro deverá deixar agências de classificação de risco confortáveis, sem afetar, portanto, o rating da companhia, segundo ele.
Venda de Ativos, Preços de Derivados
A Petrobras venderá ativos nos próximos meses, como parte do seu plano de desinvestimentos estimado em 9,9 bilhões de dólares, informou o diretor financeiro.
A maior parte do plano de desinvestimentos da companhia será executada ainda neste ano, informou o executivo durante teleconferência com investidores para analisar resultados da empresa do segundo trimestre, divulgados na última sexta-feira.
"Esperamos um semestre mais ativo em desinvestimento", afirmou.
A empresa desinvestiu neste ano cerca de 1,8 bilhões de dólares, lembrou Barbassa. A Petrobras vendeu participações em ativos na África para o BTG Pactual.
Paralelamente, como forma de melhorar seus resultados e garantir caixa suficiente para fazer frente ao robusto programa de investimentos sem extrapolar o endividamento, a estatal quer preços internos mais compatíveis com os do mercado internacional, disse o executivo.
"Estamos trabalhando intensamente para alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos internacionais", afirmou Barbassa.
A estatal bateu recordes de refino no segundo trimestre, preparando-se com formação de estoques para algumas paradas em suas instalações, afirmou o diretor de Abastecimento, José Cosenza.
A Petrobras apresentou lucro líquido de 6,201 bilhões de reais no segundo trimestre, valor acima das estimativas do mercado, com um crescimento da produção de combustíveis vendidos a preços maiores e com a mudança contábil que evitou perda bilionária pela alta do dólar.
Com utilização de 99 por cento da capacidade de refino, a petroleira atingiu receita de vendas de 73,627 bilhões de reais, um aumento de 8,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 2 por cento ante o primeiro trimestre, informou a companhia brasileira na sexta-feira.
Rio de Janeiro - A diluição do impacto cambial no resultado financeiro da Petrobras poderá ser realizada em cerca de sete anos, prazo médio da dívida da estatal, disse nesta segunda-feira o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa.
O lucro líquido da petroleira no segundo trimestre superou as expectativas do mercado com uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida.
A nova contabilidade teve um impacto positivo da ordem de 5 bilhões de reais no lucro de 6,2 bilhões de reais.
"A contabilidade de hedge coloca os números da empresa alinhados com o caixa", afirmou Barbassa durante entrevista a jornalistas.
Como resultado deste efeito benéfico da mudança contábil, a Petrobras poderá distribuir dividendos adicionais de 600 milhões de reais para detentores de ações ordinárias na segundo semestre, acrescentou o executivo.
"Não é distribuição extra, mas o que pode haver é a aprovação pelo Conselho de Administração (do dividendo a mais). Agora com lucro líquido maior, que não foi afetado pela variação cambial, há a oportunidade de aumentar participação das ON's nos dividendos referentes ao ano." Mas o executivo pondera que a distribuição de dividendos além do esperado terá de passar ainda por decisão do Conselho e de acionistas. "Até o fim do ano ainda tem muita água para correr." Segundo ele, a distribuição de dividendos para ações preferenciais deverão ter valor definido por percentual de 3 por cento do patrimônio líquido.
Barbassa explicou ainda que pela nova contabilidade, se o dólar recuar, o valor de perda cambial que migrou para patrimônio líquido será retirado do resultado. Caso contrário, se a moeda americana permanecer elevada, a empresa vai descontar tais perdas da receita com exportações, e a diluição será realizada ao longo de vários anos.
As ações preferenciais da Petrobras operavam em queda de 1,7 por cento às 15h42, enquanto as ações ordinárias tinham queda de 1 por cento. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1 por cento.
Alavancagem
A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35 por cento a partir do segundo semestre, mas esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014, afirmou o executivo.
"Mesmo ultrapassando os limites de 35 por cento de dívida líquida... duas vezes e meia o Ebitda, nós estamos vendo novas unidades este ano e ano que vem, vemos um crescimento continuado da produção que vai nos trazer mais recursos e proporcionar menos alavancagem da companhia", afirmou Barbassa.
A alavancagem ficou em 34 por cento ao final do segundo trimestre. Já o índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes.
A perspectiva de crescimento futuro deverá deixar agências de classificação de risco confortáveis, sem afetar, portanto, o rating da companhia, segundo ele.
Venda de Ativos, Preços de Derivados
A Petrobras venderá ativos nos próximos meses, como parte do seu plano de desinvestimentos estimado em 9,9 bilhões de dólares, informou o diretor financeiro.
A maior parte do plano de desinvestimentos da companhia será executada ainda neste ano, informou o executivo durante teleconferência com investidores para analisar resultados da empresa do segundo trimestre, divulgados na última sexta-feira.
"Esperamos um semestre mais ativo em desinvestimento", afirmou.
A empresa desinvestiu neste ano cerca de 1,8 bilhões de dólares, lembrou Barbassa. A Petrobras vendeu participações em ativos na África para o BTG Pactual.
Paralelamente, como forma de melhorar seus resultados e garantir caixa suficiente para fazer frente ao robusto programa de investimentos sem extrapolar o endividamento, a estatal quer preços internos mais compatíveis com os do mercado internacional, disse o executivo.
"Estamos trabalhando intensamente para alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos internacionais", afirmou Barbassa.
A estatal bateu recordes de refino no segundo trimestre, preparando-se com formação de estoques para algumas paradas em suas instalações, afirmou o diretor de Abastecimento, José Cosenza.
A Petrobras apresentou lucro líquido de 6,201 bilhões de reais no segundo trimestre, valor acima das estimativas do mercado, com um crescimento da produção de combustíveis vendidos a preços maiores e com a mudança contábil que evitou perda bilionária pela alta do dólar.
Com utilização de 99 por cento da capacidade de refino, a petroleira atingiu receita de vendas de 73,627 bilhões de reais, um aumento de 8,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 2 por cento ante o primeiro trimestre, informou a companhia brasileira na sexta-feira.