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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
As recentes descobertas de óleo e gás pela Petrobras na camada do pré-sal prometem ser um trunfo também para a Fosfertil, maior produtora de matérias-primas para o segmento de fertilizantes e escolhida a melhor empresa química e petroquímica pelo anuário Melhores e Maiores da revista EXAME.
Isso ampliaria o acesso da companhia a fontes de nitrogenados, até então escassas não apenas no Brasil mas em todo mundo. As principais reservas estão restritas a países com grande produção de petróleo, como a Rússia ou os do Oriente Médio.
"A Petrobras tem a intenção de fazer uma grande fábrica de fertilizantes, mas nós também temos. Não temos nada em contrário em tê-la como parceira. Já iniciamos conversações para um estudo de viabilidade de gás com essa finalidade", afirma o presidente da Fosfertil, Vital Jorge Lopes.
O empresário, no entanto, ressalva que se trata de um projeto de longo prazo, uma vez que a oferta excedente de gás só deverá ocorrer a partir de 2012/2013.
Além disso, segundo Lopes, o sucesso desse projeto depende ainda de uma nova regulamentação para os preços do gás destinado a produção de matérias-primas para fertilizantes.
Mercado global
Hoje uma das principais produtoras e maior consumidora mundial de fertilizantes é a China. No entanto, para garantir a oferta interna, o país asiático tem adotado medidas protecionistas que dificultam o acesso às matérias-primas e elevam os preços finais desse tipo de produto. Entre as ações protecionistas, estão a elevação de subsídios locais e a imposição de tarifas sobre as exportações.
No Brasil, depois de uma queda de 9% no volume de vendas de fertilizantes em 2008 devido aos altos e baixos do agronegócio, a Fosfertil estima uma retomada na safra 2009/2010. Segundo Lopes, dois fatores prometem reaquecer as vendas: uma maior disponibilidade de crédito e um cenário macroeconômico menos adverso pautado por preços das commodities em ascendência e redução nos preços dos fertilizantes. Na temporada 2008/2009, as cotações dos fertilizantes registraram queda em dólares de 50% fruto do ajuste entre oferta e demanda.
Hoje, o Brasil responde por 4% da produção mundial e 7% do consumo mundial de fertilizantes.
Privatizada em 1992, a Fosfertil é controlada pela holding Fertifos que reúne Bunge, Mosaic e Yara.