Médicos recomendam menos mamografias e fabricante se ajusta
Médicos questionam doutrina sobre a mamografia anual para detectar o câncer, o que poderia ser um golpe para a maior fabricante de equipamentos mamográficos
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 20h07.
Médicos estão questionando a doutrina sobre a mamografia anual para detectar o câncer – o que poderia ser um golpe para a maior fabricante de equipamentos mamográficos.
As ações da Hologic Inc. caíram 2,8 por cento na terça-feira depois que a American Cancer Society publicou novas diretrizes que recomendam às mulheres esperar até os 45 anos, em vez de 40, para começar a fazer mamografias anualmente, e reduzir o ritmo para um exame a cada dois anos a partir dos 55 anos de idade.
As recomendações visam equilibrar os benefícios e os riscos da mamografia. A ideia é evitar desencadear testes que acabam sendo considerados desnecessários e a detecção de pequenos tumores que levam médicos a realizar cirurgias que talvez não tenham benefício algum.
A Hologic está contando com suas novas máquinas 3D que, conforme diz a empresa, ajudarão prestadores de assistência médica a definir melhor quando operar. Há muito em jogo para a fabricante de equipamentos de diagnóstico, avaliada em US$ 10,6 bilhões, que obtém mais de um terço de sua receita anual de US$ 2,7 bilhões com produtos relativos à saúde mamária.
Até agora, a companhia com sede em Bedford, Massachusetts, manteve os investidores a seu serviço, registrando ganhos de vendas neste ano que esmagaram as estimativas dos analistas. Mesmo depois da queda de terça-feira, as ações registram um avanço de 40 por cento em 2015 e passam à frente do ganho de 1,4 por cento do Standard Poor’s 500 Index.
A cada dois anos
As novas diretrizes da American Cancer Society estão mais de acordo com a Força-Tarefa para Serviços Preventivos dos Estados Unidos, que em 2009 pôs em dúvida os benefícios do exame para mulheres com menos de 50 anos.
A força-tarefa recomendou que os exames sejam feitos a cada dois anos a partir dessa idade, embora os legisladores tenham se incomodado com essas diretrizes.
Três anos depois das recomendações da força-tarefa, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard identificaram uma queda de 10 por cento nas taxas de mamografia entre as mulheres mais jovens e de 6,6 por cento para a faixa etária de 50 a 64.
Outro estudo detectou uma queda da taxa entre as mulheres que têm cobertura do Medicare, o programa de seguro do governo para idosos.
Pesquisadores da Mayo Clinic, por sua vez, encontraram evidências de que o exame poderia ter aumentado entre algumas mulheres, pois o debate chamou a atenção delas para a mamografia. As estatísticas da American Cancer Society mostram que o número de mulheres que estão fazendo mamografia estabilizou nos últimos anos, e 66 por cento se submeteram ao teste nos dois últimos anos, em comparação com a taxa de cobertura de 70 por cento vista em 2000.
O CEO da Hologic, Steve MacMillan, disse que a mais nova tecnologia da empresa, o equipamento tridimensional Genius, lançado em 2011, está lidando de frente com a questão da mamografia.
Uma pesquisa financiada pela companhia e publicada no Journal of the American Medical Association no ano passado descobriu que as mulheres que se submeteram aos exames 3D foram reconvocadas com uma frequência 15 por cento menor para fazer testes adicionais e que foram detectados 41 por cento de mais casos de câncer mais invasivos que precisavam de tratamento agressivo.
Atualização da tecnologia
No longo prazo, é improvável que a controvérsia em relação à mamografia tenha um efeito significativo sobre a Hologic ou suas concorrentes, a General Electric Co. e a Siemens AG, disse Vijay Kumar, analista da Evercore ISI em Nova York, que recomenda manter a ação por sua avaliação frente a seus pares. Há cerca de 14.000 instalações que oferecem mamografia espalhadas pelos EUA, e elas vão acabar adotando a tecnologia 3D, disse ele.
Diversos grupos, como American College of Radiology, Society of Breast Imaging, American Congress of Obstetricians and Gynecologists e breastcancer.org, continuam recomendando os exames anuais.
Mais de 16 milhões de mulheres se submetem à mamografia a cada ano.
“O consenso é que eles ainda estão nos estágios iniciais para a mamografia 3D”, disse Jonathan Palmer, que cobre fabricantes de equipamentos médicos para a Bloomberg Intelligence em Nova York. “Provavelmente ainda há um bom caminho para esse produto”.
Médicos estão questionando a doutrina sobre a mamografia anual para detectar o câncer – o que poderia ser um golpe para a maior fabricante de equipamentos mamográficos.
As ações da Hologic Inc. caíram 2,8 por cento na terça-feira depois que a American Cancer Society publicou novas diretrizes que recomendam às mulheres esperar até os 45 anos, em vez de 40, para começar a fazer mamografias anualmente, e reduzir o ritmo para um exame a cada dois anos a partir dos 55 anos de idade.
As recomendações visam equilibrar os benefícios e os riscos da mamografia. A ideia é evitar desencadear testes que acabam sendo considerados desnecessários e a detecção de pequenos tumores que levam médicos a realizar cirurgias que talvez não tenham benefício algum.
A Hologic está contando com suas novas máquinas 3D que, conforme diz a empresa, ajudarão prestadores de assistência médica a definir melhor quando operar. Há muito em jogo para a fabricante de equipamentos de diagnóstico, avaliada em US$ 10,6 bilhões, que obtém mais de um terço de sua receita anual de US$ 2,7 bilhões com produtos relativos à saúde mamária.
Até agora, a companhia com sede em Bedford, Massachusetts, manteve os investidores a seu serviço, registrando ganhos de vendas neste ano que esmagaram as estimativas dos analistas. Mesmo depois da queda de terça-feira, as ações registram um avanço de 40 por cento em 2015 e passam à frente do ganho de 1,4 por cento do Standard Poor’s 500 Index.
A cada dois anos
As novas diretrizes da American Cancer Society estão mais de acordo com a Força-Tarefa para Serviços Preventivos dos Estados Unidos, que em 2009 pôs em dúvida os benefícios do exame para mulheres com menos de 50 anos.
A força-tarefa recomendou que os exames sejam feitos a cada dois anos a partir dessa idade, embora os legisladores tenham se incomodado com essas diretrizes.
Três anos depois das recomendações da força-tarefa, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard identificaram uma queda de 10 por cento nas taxas de mamografia entre as mulheres mais jovens e de 6,6 por cento para a faixa etária de 50 a 64.
Outro estudo detectou uma queda da taxa entre as mulheres que têm cobertura do Medicare, o programa de seguro do governo para idosos.
Pesquisadores da Mayo Clinic, por sua vez, encontraram evidências de que o exame poderia ter aumentado entre algumas mulheres, pois o debate chamou a atenção delas para a mamografia. As estatísticas da American Cancer Society mostram que o número de mulheres que estão fazendo mamografia estabilizou nos últimos anos, e 66 por cento se submeteram ao teste nos dois últimos anos, em comparação com a taxa de cobertura de 70 por cento vista em 2000.
O CEO da Hologic, Steve MacMillan, disse que a mais nova tecnologia da empresa, o equipamento tridimensional Genius, lançado em 2011, está lidando de frente com a questão da mamografia.
Uma pesquisa financiada pela companhia e publicada no Journal of the American Medical Association no ano passado descobriu que as mulheres que se submeteram aos exames 3D foram reconvocadas com uma frequência 15 por cento menor para fazer testes adicionais e que foram detectados 41 por cento de mais casos de câncer mais invasivos que precisavam de tratamento agressivo.
Atualização da tecnologia
No longo prazo, é improvável que a controvérsia em relação à mamografia tenha um efeito significativo sobre a Hologic ou suas concorrentes, a General Electric Co. e a Siemens AG, disse Vijay Kumar, analista da Evercore ISI em Nova York, que recomenda manter a ação por sua avaliação frente a seus pares. Há cerca de 14.000 instalações que oferecem mamografia espalhadas pelos EUA, e elas vão acabar adotando a tecnologia 3D, disse ele.
Diversos grupos, como American College of Radiology, Society of Breast Imaging, American Congress of Obstetricians and Gynecologists e breastcancer.org, continuam recomendando os exames anuais.
Mais de 16 milhões de mulheres se submetem à mamografia a cada ano.
“O consenso é que eles ainda estão nos estágios iniciais para a mamografia 3D”, disse Jonathan Palmer, que cobre fabricantes de equipamentos médicos para a Bloomberg Intelligence em Nova York. “Provavelmente ainda há um bom caminho para esse produto”.