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McCain conclui compra da Forno de Minas; fundadores deixam o negócio

Com a aquisição, a empresa canadense se consolida no setor de alimentos congelados e expande sua oferta de produtos aos consumidores regionais

 (AlbertoChagas/Thinkstock)

(AlbertoChagas/Thinkstock)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 1 de agosto de 2023 às 15h03.

A McCain, marca canadense conhecida pelas batatas fritas congeladas, anunciou nesta terça-feira, 1º, a conclusão da aquisição total da Forno de Minas. Com a operação, a canadense que já era dona de 49% da empresa mineira desde 2018, passa a ser a única acionista e controladora da fabricante de pães de queijo.

Com a aquisição, a McCain se consolida no setor de alimentos congelados e expande sua oferta de produtos aos consumidores regionais.

“Estamos muito entusiasmados em integrar a Forno de Minas à família McCain Foods. Construímos uma forte parceria nos últimos cinco anos, fortalecendo a marca consolidada, acelerando o crescimento e aumentando sua liderança de mercado no Brasil”, diz Aluízio Periquito Neto, presidente do grupo McCain Brasil.

Em comunicado, a empresa informou que a equipe de gestão da Forno de Minas permanecerá na empresa como parte do plano de integração, apesar da saída dos fundadores do negócio.

“Valorizamos profundamente o negócio que a família Mendonça construiu. Estamos honrados em apoiar seu futuro crescimento no Brasil e no mundo, apresentando o pão de queijo a novos mercados.”
Além de assumir o controle da marca de pães de queijo, a companhia canadense também adquire a Sérya, empresa brasileira que fabrica produtos pré-formados de batata.

Crescimento da McCain no Brasil

A McCain Foods chegou no mercado brasileiro em 1992, mas só abriu primeira fábrica no país em 2022. A empresa investiu cerca de US$ 150 milhões.

“O Brasil é o quinto maior consumidor de produtos do setor em que atuamos e cresce a aproximadamente 8% anualmente. Acreditamos que tem potencial para chegar a ser o terceiro, perdendo somente para os Estados Unidos e Reino Unido”, afirma Aluízio Periquito, diretor geral da McCain no Brasil. 

Hoje, o Brasil ainda representa uma parte pequena da receita da McCain, que fatura mais de US$ 10 bilhões: o país responde por cerca de US$ 200 milhões anualmente.

Fundadores deixam comando da Forno de Minas (de novo)

A Forno de Minas foi fundada em 1990 pela família Mendonça e atualmente produz pães de queijo e produtos variados para o varejo e food service. A companhia tem mais de 1200 colaboradores e exporta para 14 países.

Com sede em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, a companhia conta com uma indústria de laticínios própria, localizada em Conceição do Pará (MG), onde é produzido o queijo utilizado em todas as receitas elaboradas a partir de ingredientes selecionados e naturais.

Pela segunda vez, os fundadores da Forno de Minas vão deixar o comando do negócio.

Em 1999, a americana Pillsbury, marca da da holding Diageo, comprou a fabricante de salgados congelados.

Nas mãos dos americanos, as vendas da Forno de Minas despencaram. Em 2009, a General Mills, que havia comprado a Pillsbury, fechou as portas da empresa e demitiu todos os funcionários.

"A General Mills voltou sua atenção para o mercado chinês", diz o consultor Marcelo Gomes, da Alvarez&Marsal, que fez a intermediação entre as partes. "Nesse processo, a Forno de Minas ficou em segundo plano e sem novos investimentos, até a fábrica ser fechada de vez em março de 2009."

Depois de dez anos longe da empresa, a família fundadora readquiriu a marca e reativou a fábrica. "Fiz a Forno de Minas voltar a crescer", diz Helder Mendonça em matéria publicada na EXAME em 2012.

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